O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deverá fechar o ano em 6,7%, acima portanto do limite máximo da meta de inflação do governo para 2002, que é de 5,5%. A previsão consta do Relatório de Inflação do terceiro trimestre, divulgado ontem pelo Banco Central. No relatório de junho, a previsão para inflação neste ano era justamente de 5,5%.
Segundo o documento, a maior pressão inflacionária advém dos preços administrados por contrato e monitorados (tarifas públicas). A projeção do BC é de que esses preços subam 9,3% neste ano, contra uma previsão de 8,1% feita em junho. A contribuição desses reajustes para o IPCA deverá ser de 2,9 pontos percentuais.
O BC destaca que 7,6% do total de reajustes previstos para 2002 já ocorreram até agosto. Esse aumento das projeções é justificado pela alta do dólar, dos preços do petróleo e de um maior reajuste das tarifas de energia elétrica e telefone fixo.
A inflação acumulada em 12 meses, ao final do terceiro trimestre, é de 7,7%, mas a expectativa do BC é de que a trajetória continue em queda, até os 6,7% previstos para dezembro. A meta de inflação deste ano é de 3,5% mais dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Isso significa que o limite máximo da meta é de 5,5%.
A meta com FMI (Fundo Monetário Internacional), no entanto, é mais flexível. A meta central prevê um IPCA de 6,5% ao final de 2002, com intervalo de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Ou seja, a inflação pode atingir o limite máximo de 9% neste ano, sem que haja necessidade de uma consulta formal à diretoria do FMI.
As projeções feitas pelo Relatório de Inflação ainda levam em conta um câmbio de R$ 3,20, que era o vigente na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).