Rio (AE) – Com os preços dos alimentos e dos combustíveis menores no atacado, a segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu apenas 0,13%, bem abaixo da prévia em janeiro (0,44%). Para o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, o resultado comprova que a alta nos indicadores de inflação em janeiro foi passageira.
?A taxa de fevereiro pode até ser menos da metade da registrada em janeiro?, arriscou, lembrando que o indicador fechou o mês passado com alta de 0,5%.
Usado para reajustar preços de aluguel e de energia elétrica, o IGP-M acumula elevações de 0,64% no ano e de 3,33% em 12 meses, até a segunda prévia anunciada ontem. O economista informou que os três setores que compõem o indicador (atacado, varejo e construção civil) registraram desaceleração de preços.
Porém, o setor atacadista é o de maior peso, e o que mais contribuiu para a taxa menor. Segundo Quadros, com os preços de alimentos e combustíveis subindo menos e até mesmo em queda no atacado, a inflação no setor perdeu força (de 0,35% para 0,02%), na passagem da segunda prévia de janeiro para a prévia de fevereiro. Entre os destaques estão a queda nos preços dos alimentos processados (-1,62%) e a desaceleração nos preços dos alimentos in natura (de 1,87% para 0,88%).
?Mas a história (da desaceleração nos preços do atacado) está mesmo concentrada em alimentos processados?, afirmou. O técnico lembrou que a oferta de alimentos foi prejudicada, no início do ano, pela chuva típica da época, que prejudica a produção de lavouras curtas, como as de hortaliças, por exemplo. ?Parece que a oferta dos alimentos está se recuperando no atacado. Por isso os preços estão caindo, estão se desacelerando?, afirmou o economista.
Além disso, o setor atacadista também foi beneficiado pela deflação no setor de combustíveis e lubrificantes (-0,49%), pela queda nos preços dos óleos combustíveis (-3,33%).
No varejo, a inflação no setor também perdeu força: os preços para o consumidor subiram 0,37% na prévia anunciada ontem, ante alta de 0,69% em igual prévia em janeiro. Isso porque os preços no grupo vestuário estão em queda (-2,24%), visto que este mês é época de promoções e liquidações nas lojas.
Os preços na construção civil também desaceleraram (de 0,38% para 0,28%), devido à queda da alta de preços de mão-de-obra (de 0,50% para 0,02%).