A inflação deu uma trégua e recuou de julho para agosto, conforme divulgação feita ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) fechou com alta de 0,35%, quase a metade da taxa registrada no mês anterior, de 0,63%.

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Esse foi o menor resultado desde março, quando atingiu 0,23%. Na Grande Curitiba, a redução foi ainda maior, passando de 1,10% em julho para 0,10% este mês – a segunda menor taxa do País, só perdendo para o Recife, onde houve deflação de 0,10%.

O IPCA-15 é tido como uma prévia do IPCA, o índice que serve de referência para a meta de inflação do governo. Apesar do comportamento mais brando da inflação, a variação acumulada nos últimos 12 meses está em 6,23%, muito próximo do teto da meta perseguida pelo Banco Central. No ano, o índice acumula elevação de 4,69%. Em Curitiba e região metropolitana, a alta acumulada é de 5,97% e 4,92%, respectivamente.

Na Grande Curitiba, o freio nos preços veio do setor de combustíveis, que registrou queda de 3%, puxada pela gasolina (-3,01%) e pelo álcool (-3,76%). O vestuário também apresentou queda, de 1,42%, assim como o setor de transportes (-0,90%) e saúde e cuidados pessoais (-0,14%).

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Já os alimentos, que desde o início do ano vêm pressionando a inflação, tiveram mais uma alta, agora de 0,68% na Grande Curitiba. As carnes pesaram no bolso do consumidor, com alta de 4,93%, puxada por cortes como acém, que ficou 8,37% mais caro, costela (8,15%), alcatra (3,65%) e contra-filé (3,55%). O preço da carne de porco também subiu (6,32%), assim como o frango inteiro (6,61%) e o frango em pedaços (7,26%).

Por outro lado, vários itens da cesta básica tiveram queda no preço, como o arroz (-2,27%), feijão-preto (-3,27%), farinha de trigo (-3,86%), batata-inglesa (-4,07%), tomate (-5,24%) e açúcar refinado (-5,57%). 

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País

Em nível nacional, os alimentos foram os responsáveis pela redução do IPCA-15 em agosto, chegando a uma variação de 0,25%, frente a uma alta de 1,75% em julho. Dentre os produtos que apresentaram queda de preços de um mês para o outro, os destaques foram a batata-inglesa (-7,55%), o tomate (-6,52%), as hortaliças (-4,92%), o feijão carioca (-2,91%), o óleo de soja (-1,84%) e o arroz (-1,34%). Com o resultado de agosto, o grupo alimentação e bebidas acumula alta de 10,80% neste ano.

Os produtos não-alimentícios, por outro lado, apresentaram crescimento na taxa de julho para agosto: de 0,28% para 0,38%. Isso porque, apesar da queda nos preços dos artigos de vestuário (-0,48%), gasolina (-0,15%) e outros, itens também importantes no orçamento das famílias tiveram aumentos.

Foi o caso, por exemplo, das contas de telefone fixo, que tiveram alta de 2,07% no mês, em razão de reajuste ocorrido em julho, e lideraram as contribuições individuais, com 0,07 ponto percentual.

Em Curitiba e região metropolitana, a alta do telefone fixo foi um pouco menor, de 1,70%. Nas contas de energia elétrica, a alta foi de 1,15% na média do País e de 0,46% na Grande Curitiba. Dentre as regiões pesquisadas, a maior variação do IPCA-15 ficou com Belém (0,93%).