O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Antonio Evaldo Comune, ajustou sua previsão para o indicador ao final de dezembro de 0,48% para “algo mais perto de 0,40%”. Na segunda quadrissemana de dezembro, o IPC avançou 0,57%, perdendo 0,10 ponto porcentual em relação à variação apresentada na primeira quadrissemana. Para o fechamento do ano, Comune aguarda algo em torno de 6,20%. No acumulado de janeiro até o fechamento de novembro, o IPC subiu 5,83%.

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A carne bovina perdeu participação no índice geral na segunda quadrissemana de dezembro, respondendo por 28% da variação do IPC ante os 35% da primeira quadrissemana. O frango contribuiu com 13%, seguido por refeição fora do domicílio (6%), açúcar (5%), cerveja (4%) e leite longa vida (3%). Ou seja, apenas seis itens explicaram 59% de todo o indicador da inflação paulistana.

“Excluídos os alimentos, a inflação não é esta que estamos vendo. Por isso, há certa razão em dizer que não está ocorrendo um problema inflacionário agora”, afirmou Comune. “Essa alta dos alimentos é sazonal e não deve nos preocupar.”

Fora Alimentação, o economista chamou atenção para a variação de 1,21% de Vestuário. “É comum o reajuste de preços no final de ano, em função do aumento sazonal da pressão da demanda”, disse Comune.

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Outro ponto destacado pelo economista é o recuo de 0,16% registrado pela energia elétrica na quadrissemana. “No acumulado de janeiro até agora, a energia subiu apenas 1,60%. Se tivesse acompanhado o índice geral, estaria em 6%. Em 2008 e 2009, a energia subiu em torno de 10%”, afirmou Comune. Ele não quis apontar as possíveis causas para o comportamento do item e disse que a Fipe deverá estudar o tema em breve.