Os resultados dos Índices Gerais de Preços (IGPs) vão caminhar para uma inflação próxima de 4% este ano, na avaliação do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Ele fez o comentário ao observar que, até maio, o IGP-DI registra elevação de 4,38% em 12 meses. "Mas essa taxa pode diminuir para 4% já em junho", considerou.
Ele explicou que, ao longo de 2007, com o passar do tempo, serão excluídas do cálculo da taxa acumulada em 12 meses taxas mensais altas relacionadas ao cenário de inflação de 2006. O economista citou como exemplo a taxa do IGP-DI de junho de 2006, que registrou alta de 0,67%. "É muito improvável que o IGP-DI de junho deste ano fique acima, ou próximo de 0,67%. Também não acredito que repita a taxa de maio, que foi de 0,16%. Vai ficar em um meio-termo entre esses dois resultados; mas de qualquer forma, é quase certo que será menor do que 0,67%. Isso já vai diminuir a taxa acumulada em 12 meses do indicador", explicou o economista.
Entretanto, ele disse não acreditar que o cenário seja tão bom a ponto de os resultados finais dos IGPs desse ano conseguirem ser reduzidos a um patamar de 3,5%. "Acho que a taxa acumulada em 12 meses dos IGPs vai ficar oscilando em torno de 4% mesmo, daqui em diante" disse.
Ao comentar o cenário atual de inflação, o economista disse acreditar que o Conselho Monetário Nacional pode reduzir a meta de inflação de 2009 para 4% – atualmente a meta é de 4,5%. "Acho que já provamos que conseguimos ficar nessa faixa", disse. "Creio que é possível esse comprometimento, sem reforçar a dose na taxa de juros", afirmou.