As famílias de baixa renda continuam a sentir mais forte os efeitos da inflação. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda mensal de 1 a 2,5 salários mínimos (R$ 415 a R$ 1.037), e que subiu 0,97% em abril, ante taxa de 0,66% em março.

continua após a publicidade

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou nesta terça-feira (13) o índice, esta foi a segunda elevação consecutiva da taxa mensal do IPC-C1. Além disso, a taxa de abril só não superou o resultado mensal de janeiro, quando a variação média do índice foi de 1,37%.

No acumulado de 2008 até o mês abril, o IPC-C1 tem taxa de 3 19%. Nos últimos 12 meses, a inflação é de 6,84%. Esses resultados estão acima da média da inflação entre as famílias com rendimento maior. O IPC-BR, que mede a inflação entre as famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos (R$ 415 a R$ 13.695) registrou, até abril, taxas de 2,16% no ano e 4,95% nos 12 últimos meses.

Alimentos

A instituição esclareceu, em comunicado, que o avanço do IPC-C1 está associado ao recente aumento dos preços dos alimentos, categoria que absorve, em média, 40% do orçamento de famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos. "Em abril, por exemplo a alta do grupo Alimentação (que foi de 1,94%, ante alta de 1 35% em março) respondeu por 79,38% do resultado geral do IPC-C1" informou a FGV, esclarecendo que, em todas as apurações realizadas em 2008, os alimentos contribuíram com mais de 50% de toda a composição da inflação da população de baixa renda.

continua após a publicidade

Das sete classes de despesa pesquisadas para cálculo do índice, cinco apresentaram aceleração de preços, ou fim de deflação, de março para abril. Além de Alimentação, é o caso de Vestuário (de -0,41% para 1,08%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,25% para 0 96%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,30% para 0,43%); e Despesas Diversas (de 0,24% para 0,34%). Os outros dois grupos apresentaram desaceleração de preços. É o caso de Habitação (de 0,39% para 0,13%); e Transportes (de 0,05% para estabilidade).

Leia mais:

continua após a publicidade

Segundo Fipe, farinha de trigo tem maior alta desde 2002
Mercado eleva previsão do IPCA de 2008 para 4,96%