A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou para 0,28% em agosto, depois de ter registrado taxa de 0,53% no mês anterior. Foi a menor taxa desde setembro de 2007 (0,18%) e também ficou abaixo do registrado em agosto de 2007 ( 0,47%). No ano, o IPCA acumula alta de 4,48%, maior do que o verificado no mesmo período de 2007 (2,80%); já nos 12 meses fechados em agosto a elevação acumulada é de 6,17%, menor do que a os 6,37% registrados nos doze meses imediatamente anteriores.
Os dados foram divulgados hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam que a desaceleração da inflação em agosto foi puxada principalmente pelo comportamento dos preços dos alimentos.
Depois da alta de 1,05% em junho, o grupo passou para queda de 0 18%. A maioria dos produtos apresentou redução nos preços entre os dois meses, sendo os principais destaques o tomate (de 10,59% para -36,91%), a batata inglesa (de -6,40% para -6,55%) e o feijão mulatinho (de -2,12% para -6,46%).
O IBGE destaca que, apesar do resultado de agosto, os alimentos acumulam alta de 9,58% no ano, bem acima da taxa de igual período do ano passado (6,73%). O levantamento ressalta que a queda nos preços desses produtos foi percebida na maioria das regiões pesquisadas. Recife (-0,83%) foi o local que registrou a queda mais intensa.
Os produtos não alimentícios subiram um pouco mais de um mês para o outro: de 0,38% para 0,42%. O movimento foi influenciado pelos reajustes ocorridos em itens importantes para a formação da taxa global, com preços administrados ou controlados.
A conta de telefone fixo, que sofreu reajuste autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no final de julho, foi a que mais pressionou a taxa do mês, com alta de 2,27%, ante 0,62% em junho. Também contribuíram as tarifas de energia elétrica, que passaram de 0,93% para 1,03%; e de água e esgoto (de 0,79% para 1,57%).
O mesmo movimento foi verificado em artigos de vestuário (de -0 03% para 0,39%), cigarro (de 0,09% para 1,35%), cabeleireiro (de -0,48% para 1,47%), cursos diversos como idioma e informática (de 0,01% para 1,64%), além dos acessórios e peças para automóveis (de 0,57% para 1,65%).
Dentre as regiões pesquisadas, Belém (0,79%) apresentou a maior alta devido, principalmente, conta de energia elétrica (16,80%) e ao aumento nos preços de alimentos (0,19%). O menor resultado ficou com a região metropolitana de Curitiba (-0,22%), onde os preços do litro da gasolina ficaram 4,72% mais baratos e o litro do álcool passou a custar 5,81% menos.
Em agosto o litro da gasolina ficou 0,25% mais barato, depois da alta registrada em julho (0,59%). De julho para agosto, os resultados do álcool (de 1,89% para 0,43%) e das tarifas dos ônibus interestaduais (de 8,38% para -0,63%) contribuíram para a estabilidade no grupo transporte (de 0,46% para 0,06%). Também houve queda nos preços dos remédios (de 0,37% para 0,41%) influenciando o resultado do grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,47% para 0,32%).
Para calcular o IPCA de agosto, foram coletados preços entre os dias 30 de julho a 27 de agosto e comparados aos vigentes entre 1° e 29 de julho. O levantamento considera os gastos de famílias com rendimentos mensais de um a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia e de Brasília.