Rio (AE) – A inflação no varejo permaneceu inalterada entre a terceira e quarta semanas de outubro. O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,14% até a quadrissemana encerrada em 31 de outubro – mesmo patamar de elevação da semana anterior. Assim, o indicador permaneceu com a menor taxa em três meses, beneficiado por um equilíbrio de forças entre alimentos, mais caros, e desacelerações em outros tipos de produtos pesquisados para o cálculo do índice.
Segundo o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, a alta em alimentação (de 0,04% para 0,17%) foi compensada pelo fato de que os preços, nas seis demais classes de despesa que formam o índice, ou subiram menos ou caíram com bastante intensidade. ?Isso acabou gerando uma coincidência numérica?, afirmou.
No setor de alimentação, os destaques ficaram por conta das elevações de preços nas carnes, principalmente aves (5,83%), bovinos (5,19%) e suínos (0,05%). Mas essas altas de preços foram compensadas por quedas e desacelerações de preços em produtos de peso na formação da inflação do varejo. É o caso da perda de força na elevação em taxa de água e esgoto residencial (de 0,86% para variação zero), e das deflações em álcool combustível (-5,56%) e gasolina (-0,53%).
Núcleo
O núcleo da inflação no varejo em outubro subiu 0,17%, ante alta de 0,24% apurada no núcleo anterior, de setembro. Calculado com base no IPC-S de até 31 de outubro, excluindo as principais quedas e as mais expressivas altas de preço da inflação do varejo, o indicador é usado para mensurar tendências na inflação. ?Acho que é um patamar excelente?, afirmou o economista, considerando que o indicador só comprova o bom momento da inflação para o consumidor.
Na avaliação de Braz, houve um ?espalhamento maior? de desacelerações e quedas de preços na inflação do varejo, o que se refletiu no núcleo. ?Além disso, não houve pressões inflacionárias intensas, nos últimos tempos?, completou.