São Paulo

  – O Uruguai, que enfrenta a pior crise econômica e financeira de sua história, com previsões catastróficas de queda de 11% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, mostrou em agosto uma disparada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). De acordo com dados do Instituto de Estatísticas (INE, o IBGE uruguaio), o custo de vida em agosto subiu 5,8%, a maior taxa de inflação mensal registrada nos últimos dez anos.

No mesmo mês do ano passado, o índice de custo de vida não havia superado os 0,28%. Com isso, a inflação acumulada até agosto já é de 18,96%, significativamente acima dos 2,61% registrados no mesmo período de 2001. O INE informa que a alta dos preços no mês passado foi provocada pelos fortes reajustes realizados em itens de maior peso no IPC, como transportes e telecomunicação, que mostraram aumentos de 8,17%. Entretanto, preços de alguns produtos de primeira necessidade, como óleo e azeites subiram 18%; gás, 19,93%; alimentos e bebidas, 6,97%; e carne 14%.

Os maiores ajustes de preços, ainda segundo o INE, acabaram ocorrendo a partir do dia 20 de junho, quando o Uruguai decidiu abandonar o sistema de bandas cambiais para adotar a livre flutuação do peso. Desde então, a moeda uruguaia já perdeu 40% de seu valor. Nos últimos 12 meses, terminados em agosto, a inflação no Uruguai chegou a 20,9%, ante apenas 3,97% em igual período anterior.

O INE informa também que os produtos importados, que caíram em volume e aumentaram em preço, também influenciaram na alta generalizada dos preços. Com o encolhimento da economia uruguaia que só no primeiro trimestre foi de 10,1%, as importações em julho despencaram 40,1%, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o Banco Central do Uruguai (BCU), a forte retração na compra de bens do Exterior se deve não apenas à queda da atividade econômica e do consumo interno, mas também à desvalorização da moeda, que passou de 14 pesos por dólar, no início do ano, para 30 pesos atualmente.

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