economia

Inflação não caiu só por conta da recessão, diz Ilan

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, rebateu nesta terça-feira, 3, a tese que diz que a inflação só caiu no Brasil por conta da forte recessão. “Dizem que a inflação caiu por conta da recessão, mas não foi só isso”, disse ele, ao expor uma série de medidas adotadas que levaram à queda da inflação.

Ilan lembrou que, em dezembro de 2015, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 10,67% e que, em agosto de 2016, estava em 8,9%. Para ele, qualquer um que visse as duas taxas e considerasse o tempo percorrido entre uma e outra não imaginaria que o IPCA estivesse agora em torno de 3%.

Ainda segundo o presidente do BC, a taxa básica de juro caiu por conta da queda da inflação, e não ao contrário. Ele explicou que em cenários econômicos complicados não se pode deixar a situação para ser resolvida pelas regras do mercado porque nestas situações a lei da oferta e da procura não funciona.

Ilan disse que está havendo um crescimento moderado da economia, mas consistente. Mas que o BC está vendo a inflação na meta nos próximos anos até 2020. Para o banqueiro central, o crescimento em curso do PIB é o dobro do que a autoridade previa. Mas ressaltou que o objetivo do BC é tornar a queda conjuntural da Selic em uma queda estrutural.

Porta aberta

O presidente do Banco Central deixou mais uma vez na manhã desta terça a porta aberta para mais um corte da Selic na próxima reunião do Copom, embora tenha feito um arrazoado sobre a necessidade de a autoridade monetária avaliar a defasagem com que as decisões de política monetária atuam na economia. Ele disse que se a inflação permanecer baixa, o espaço para o Copom atuar permanece aberto.

Segundo Ilan, por enquanto as condições da economia global são favoráveis à economia brasileira. Mas alertou para o fato desta conjuntura vir a ser revertida em resposta ao crescimento disseminado no mundo. Isso, de acordo com ele, poderá levar a um aumento da inflação pelo globo e a um processo de normalização da política monetária no mundo.

“Há riscos de a inflação aumentar ou ficar abaixo do previsto. Mas o Copom reafirma que tem flexibilidade para reagir a ambos os riscos”, disse o presidente do BC.

Ilan falou por cerca de 40 minutos no Bradesco BBI’s 5th Annual Brazil Investment Forum, organizado pelo Bradesco Banco de Investimentos (BBI), em São Paulo.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo