A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou o mês de setembro com alta de 0,26% na Grande Curitiba. O índice desacelerou em relação a agosto (0,33%), porém ficou acima da média nacional, que foi de 0,18% – a menor taxa de setembro nos últimos nove anos. Com esse resultado, o IPCA acumula em Curitiba e região metropolitana variação de 2,68% nos nove primeiros meses do ano; em nível nacional, o índice é um pouco maior: de 2,99%. O IPCA é utilizado como meta de inflação pelo governo federal; para este ano, a meta é de 4,5%.
Em Curitiba e região, a inflação de setembro foi puxada principalmente pelos combustíveis. Enquanto na média do País os preços caíram 0,82%, em Curitiba houve avanço de 0,50%. No caso do álcool combustível, o litro ficou 0,62% mais caro no mês passado em relação a agosto; com isso, o preço médio ficou em R$ 1,404. Das 11 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas quatro registraram aumento no preço do álcool; em nível nacional, o preço recuou 1,77%.
A gasolina também ficou mais cara em setembro na Grande Curitiba: a alta foi de 0,49%, e o litro custou, em média, R$ 2,475. Das 11 regiões do País, apenas duas registraram aumento no preço da gasolina: Curitiba e Recife (alta de 3,55%).
Os artigos de residência também subiram mais na RMC do que na média do País: 0,22%, contra 0,17%. O grupo apresentou aumento nos preços, apesar da queda em TV, som e informática (-1,69%) e eletrodomésticos e equipamentos (-1,06%). Também ficaram mais caros artigos de vestuário (0,09%), saúde e cuidados pessoais (0,13%), despesas pessoais (0,13%), educação (0,07%) e habitação (0,08%).
Os preços dos alimentos também subiram, porém menos do que a média nacional: 0,16%, contra 0,44%. As hortaliças e verduras ficaram 8,33% mais baratas em setembro, seguidas por leites e derivados (-3,43%) e carnes e peixes industrializados (-2,06%).
País
Em nível nacional, a inflação em setembro ficou bem menor do que a de agosto: 0,18%, contra 0,47%. A desaceleração é atribuída ao grupo alimentos e bebidas, que havia registrado alta de 1,39% em agosto e passou para 0,44% em setembro. O item leite e derivados foi o principal responsável pela redução. Enquanto no mês de agosto teve alta de 5,77%, em setembro mostrou queda de 1,20%.
Com a proximidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem, economistas receberam os dados do IPCA de olho nos juros. A avaliação geral é que os dados de demanda, como da produção industrial divulgada na semana passada, vão interferir mais na decisão do comitê do que a inflação.
A apenas três meses do final do ano, a inflação de 2007 está praticamente definida, segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos. A pressão dos preços em 2007 veio sobretudo dos alimentos, ao contrário do que ocorreu em anos anteriores. Por outro lado, os produtos não-alimentícios, sobretudo os administrados, estão contribuindo para conter a taxa. Dentre os índices regionais, o maior foi registrado em Recife (0,55%) e o menor foi o de Porto Alegre (-0,12%).
INPC
Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que se refere a famílias com rendimento até seis salários mínimos, apresentou variação de 0,07% na Grande Curitiba – a terceira menor do País – e de 0,25% na média nacional. Com isso, o acumulado no ano é de 2,95% e 3,39%, respectivamente. O maior índice regional foi registrado em Fortaleza (0,80%) e o menor, em Porto Alegre (-0,06%).