Inflação na China desacelera para 2% em fevereiro

O índice de preços ao consumidor (PPI, na sigla em inglês) na China em fevereiro subiu 2% ante igual mesmo período de 2013, o que representa uma desaceleração frente à alta de 2,5% observada em janeiro, mostraram dados divulgados neste domingo pelo Escritório Nacional de Estatísticas. Entretanto, o indicador ficou em linha com a mediana das previsões de 13 economistas consultados pela agência de notícias Dow Jones, de ganho de 2% no período.

Embora positiva para o consumidor, a notícia pode ser um sinal de uma demanda mais fraca, o que prejudicaria os lucros e potencialmente resultaria em menores aumentos salariais. Temendo que a economia esteja perdendo força, alguns analistas já pedem políticas de estímulo por parte do governo chinês.

“É muito cedo para dizer que há risco deflacionário, mas os preços realmente estão sendo pressionados”, comentou Ma Xiaoping, economista do HSBC. “Se o crescimento econômico continuar desacelerando nos próximos meses, o governo terá que introduzir algumas políticas de estímulo para garantir o cumprimento da meta de expansão de 7,5% neste ano.”

Entre os componentes do índice de inflação, os preços dos alimentos se valorizaram 2,7% em fevereiro e foram os que mais contribuíram para a alta do PPI no período. Já os produtos não alimentícios encareceram 1,6% no último mês.

Uma campanha anticorrupção do governo também pode ter ajudado a desacelerar a inflação, de acordo com Liu Li-Gang, economista do ANZ Bank. “Uma redução das extravagâncias oficiais pode ter reprimido a demanda por bens de luxo”, disse, reforçando a necessidade de intervenção do governo.

“O risco de deflação cresceu. Daqui para frente, precisamos de afrouxamento monetário e estímulos fiscais adicionais por parte do governo para alcançar a meta de 7,5% (de crescimento)”, afirmou o economista.

Já o índice de preços ao produtor chinês em fevereiro caiu 2% em relação ao mesmo período de 2013 e 0,2% ante janeiro deste ano. A queda é mais acentuada que o recuo de 1,6% verificado no mês de janeiro e também supera a mediana de 1,8% prevista por 13 economistas em um levantamento da Dow Jones. O indicador está em deflação há dois anos.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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