Inflação na capital paranaense não dá trégua

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou na Grande Curitiba, passando de 0,69% em junho para 0,72% em julho – a segunda maior taxa no mês entre onze regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrás apenas de Belém, onde a inflação foi de 1,01%.

Em nível nacional, o movimento foi no sentido contrário: o IPCA perdeu força, passando de 0,74% em junho para 0,53% no mês passado. Com este resultado, a inflação acumula no ano alta de 4,19% na média do País e 4,62% em Curitiba e região metropolitana. O IPCA baliza as metas de inflação do governo.

Em Curitiba, os alimentos pressionaram, mais uma vez, a inflação, e o resultado foi alta de 1,19%. Em junho, haviam subido 1,62%. Entre os grupos com maiores aumentos estão o das verduras e hortaliças, com alta de 9,03% – contra queda de 2,35% em nível nacional -, tubérculos, raízes e legumes, com aumento de 4,30%; aves e ovos, que ficaram 3,27% mais caros.

A carne, que subiu 7,84%, também pesou no bolso do consumidor da Grande Curitiba. Em nível nacional, o preço da carne também subiu, mas num patamar menor: 4,35%.

O vestuário também registrou alta nos preços (3,58%), com destaque para a roupa infantil, que ficou 6,20% mais cara; roupa feminina (3,22%) e roupa masculina (2,99%).

O grupo educação também registrou aumento, de 4,89%, onde o destaque ficou por conta dos cursos diversos, que subiram 5,81%. Os planos de saúde também tiveram alta significativa, de 3,51%, e os itens de higiene pessoal ficaram 6,27% mais caros em julho.

Também pesaram no orçamento familiar os serviços pessoais (6,11%), além de fotografia e filmagem (5,98%). O veículo próprio também ficou 3,25% mais caro. Os gastos com habitação também subiram (0,80%), com destaque para a energia elétrica residencial, que ficou 1,14% mais cara, e os artigos de limpeza (1,08% de alta).

País

Em nível nacional, a redução do IPCA de 0,74% em junho para 0,53% em julho se deve principalmente ao grupo alimentos, que passou de uma taxa de 2,11% para 1,05% no mês passado.

Conforme a divulgação do IBGE, a maioria dos preço dos produtos alimentícios cresceu menos de um mês para o outro. Mesmo com redução na taxa, as carnes (de 6,91% em junho para 4,35% em julho) mais uma vez ficaram com a maior contribuição individual do mês: 0,09 ponto porcentual.

No período, alguns alimentos chegaram a registrar variações negativas de preços. O consumidor pagou menos pelo arroz, produto que havia registrado alta de 9,90% em junho e que teve queda de 0,51% em julho.

Outros produtos importantes na alimentação das famílias apresentaram taxas negativas, como a farinha de trigo (de 2,37% em junho para -1,75% em julho) e o pão francês (de 1,32% para -0,11%).

Para a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, a desaceleração no preço de alimentos pode estar relacionada às medidas tomadas pelo governo.

“Ainda é cedo para dizer o que aconteceu, há quem diga que é uma queda de consumo, mas há indícios de que algumas ações fizeram os preços recuarem, como a retirada de impostos sobre o trigo e o anúncio do plano da safra do ano que vem, com incentivos para os produtores agrícolas”, afirmou.

Na outra ponta, o INPC caiu para 0,78% em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que se refere às famílias que ganham até seis salários mínimos e que costuma balizar as negociações salariais, apresentou variação de 0,78% em julho na Grande Curitiba e de 0,58% no País.

Tanto na região metropolitana como na média do País, as taxas caíram – em junho, eram de 0,86% e 0,91%, respectivamente. No acumulado do ano, o INPC está em 5,26% na Grande Curitiba e 4,87% na média do País.
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No cenário nacional, os produtos alimentícios apresentaram variação de 1,09% em julho, enquanto os não-alimentícios aumentaram 0,36%. Em junho, os resultados para esses grupos haviam sido de 2,38% e 0,28%, respectivamente.

Em Curitiba e na região metropolitana, os alimentos tiveram alta ainda mais expressiva, de 1,64%, puxada por carnes, que ficaram 8,47% mais caras; hortaliças e verduras, com aumento de 8,28%, e tubérculos, raízes e legumes, com alta de 6,26%.

Assim como ocorreu em relação ao IPCA, a Região Metropolitana de Belém (1,00%) apresentou a maior alta no INPC, devido principalmente aos aumentos em taxa de água e esgoto (11,71%); energia elétrica (5,51%); e ônibus intermunicipais (7,73%). O menor resultado ficou com Recife (0,06%), única região a registrar queda nos preços dos alimentos (-0,09%).