Inflação já superou o centro da meta do Copom

A inflação – pelo acumulado dos últimos 12 meses até maio – está acima do centro da meta do Comitê de Política Monetária (Copom).

A confirmação foi feita ontem, em Curitiba, pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Mario Mesquita, durante a divulgação regional do Relatório de Inflação trimestral do BC.

Usando os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre junho de 2007 e maio deste ano, o relatório do BC mostra que o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) já está em 5,58%, enquanto que a meta do Copom foi estipulada em 4,5%.

Mesquita acredita que a alta dos preços deve ser controlada e a meta atingida. ?É preciso que a sociedade não tenha dúvidas de que o comitê fará o necessário, durante o tempo necessário, para trazer de volta os índices para o centro da meta?, disse o diretor.

Mesquita também chamou a atenção para a inversão do histórico de altas dos estados da região Sul, em comparação a outros estados da federação. Em 2007, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul registraram números bem mais otimistas que os estados do Sudeste, por exemplo, e, no entanto, tendem a ter uma alta mais íngreme este ano.

Segundo Mesquita, o fator clima contribuiu para que a região Sul tivesse maior alta. Para ele, o inverno alavancou a procura por produtos sazonais da estação, o que fez com que o preço desses produtos subisse.

Em Curitiba, de acordo com o IBGE, o IPCA acompanha o índice nacional e chega a 5,52%, no acumulado de junho a maio. Os produtos não monitorados exercem a maior influência no índice, com alta de 6,56%. Caso a média se mantenha conforme o acumulado, a capital paranaense também deve superar a meta do Copom.

Mesquita também ressaltou a alta dos alimentos como um fatores determinantes para que os atuais números estejam a cima da meta. O diretor destacou a alta nos preços internacionais deste ano do trigo (16,7%), da soja (26%) e do milho (56%) que teriam refletido no mercado interno.

Mesmo com os números contrários, Mesquita afirmou que o momento da economia é propício para o crescimento do País. ?O Brasil deixou de ser um devedor líquido e passou a ser um credor líquido, um fato inédito na história da economia do País. Isso é importante para atingir o grau de investimentos que o País precisa para consolidar o crescimento econômico?, afirma.

Esta foi a terceira divulgação regional do Relatório, apresentados para economistas, profissionais de finanças e jornalistas locais. Os últimos relatórios foram apresentados em Belo Horizonte, em dezembro, e em Porto Alegre, no mês de março.

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