O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Guilherme Reis, avalia que a inflação em 2002 não ultrapassará o teto da meta de inflação de 5,5% medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apesar de as projeções do mercado apontarem para um ligeiro ?estouro? da meta. Na mais recente pesquisa do Banco Central, os analistas do mercado projetavam uma inflação de 5,72% para o IPCA deste ano.

O secretário considerou muito ?favoráveis? os números mais recentes de inflação de 0,42% do IPCA de junho e de 0,23% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) na primeira quadrissemana de julho. ?Os números são muito bons, vieram abaixo da expectativa de mercado?, comentou. As projeções dos analistas era de um IPCA acima de 0,5% e um o IPC-Fipe acima de 0,30%.

Na sua avaliação, a pressão inflacionária dos chamados preços livres está ?sob controle? e com comportamento favorável. A perda de fôlego da recuperação da atividade econômica funciona, na prática, como uma barreira para o repasse da alta do dólar aos preços. ?Essa queda, do ponto de vista de inflação, diminui a potencial de passagem da alta da taxa de câmbio para os preços?, ressaltou Reis. O problema, admitiu, está nos chamados preços administrados – as tarifas públicas.

As tarifas, que foram o principal foco de pressão inflacionária neste ano, voltarão a subir em julho. ?Vamos ter uma concentração de reajustes de preços administrados. Isso é inevitável. Já está contratada?, enfatizou José Guilherme. Estão previstos aumentos para as tarifas de telefonia, para as companhias elétricas de São Paulo (que têm peso forte nos índices), além dos derivados de petróleo, recentemente reajustados pela Petrobras.

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