Inflação faz sensação de pobreza crescer na Argentina

A inflação na Argentina elevou o índice de “sensação de pobreza” da população. Pelo menos é isso o que mostrou uma pesquisa realizada pelo Centro de Economia Regional e Experimental (CERX) para a Enquete de Percepções de Pobreza e Bem-Estar. Segundo o levantamento, 72,7% dos argentinos sentem-se pobres e afirmam que não ganham o suficiente para subsistir. A diretora do CERX, Victoria Giarrizzo, define a situação como “pobreza subjetiva”.

Desde que o CERX começou a fazer a pesquisa, em dezembro de 2005, esse foi o porcentual mais elevado para um primeiro semestre do ano. A percepção sobre a pobreza, conforme a análise dos resultados das enquetes realizadas no período, apresenta uma tendência de alta persistente desde que a inflação começou a se acelerar em 2006. Giarrizzo observa que essa trajetória crescente se mantém apesar das tentativas do governo de abrandar a inflação através da intervenção no Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) e da manipulação das medições dos índices de preços.

No primeiro semestre de 2006, a pesquisa mostrou que 63,3% da população declararam sentir-se pobre. De lá para cá, a “pobreza subjetiva” só aumenta. A última pesquisa, realizada em junho passado, mostra alta de 1,9 ponto em relação ao resultado de 2009 (de 70,8% para 72,7%). “(Isso) sinaliza que os aumentos salariais e das aposentadorias representam apenas recomposições diante da inflação e não aumentos reais”, como destaca a análise.

O hiato mediano entre o ganho salarial e o necessário para cobrir os gastos básicos, segundo o CERX, chega a 34%. “O montante mensal médio requerido pelos lares pesquisados para subsistir gira em torno de 3.511 pesos (R$ 1.579,95) ante os 2.620 pesos (R$ 1.179,00) que recebem atualmente. E, somente 6,9% dos lares dizem que podem subsistir com a cesta calculada pelo Indec”, ressalta a pesquisa realizada na segunda quinzena de junho junto a 650 casas na grande Buenos Aires (capital federal e subúrbios).

Para Giarrizzo, o que preocupa é que “a economia cresce a taxas elevadas, o desemprego se encontra próximo de seus mínimos históricos e os programas sociais aumentaram, mas nada foi suficiente para melhorar a sensação em relação à pobreza”.

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