O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje que já vê sinais de queda na inflação e destacou que a pesquisa Focus, feita com analistas do mercado financeiro, aponta que para o período de junho a dezembro deste ano a inflação média mensal ficará abaixo da meta, em 0,33%. “O comportamento da inflação previsto pelo mercado para os próximos meses é compatível com o centro da meta”, disse Tombini.
Ele reconheceu, no entanto, que a taxa acumulada em 12 meses ainda deve ter alta por algum tempo, refletindo a inflação passada. De qualquer forma, ele destacou que as projeções do próprio BC colocam a inflação em torno do centro da meta no ano que vem e até abaixo dela no início de 2013.
“A inflação está recuando e convergindo para o centro da meta, não só pelas ações do BC, mas por agenda de trabalho ampla, que está colocando a economia em ritmo mais condizente com sua capacidade de oferta.”
A inflação acumulada em 12 meses deve começar a apontar para baixo a partir de agosto, na avaliação do presidente do BC. Tombini afirmou que o “momento mais difícil” do combate à alta de preços vai até aquele mês. “Olhando no retrovisor, a inflação ainda está alta, mas a inflação atual já converge para a meta”, completou.
Segundo Tombini, a política monetária vai atingir sua potência máxima no terceiro e quarto trimestres. Em entrevista após audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tombini lembrou que o cenário externo é complexo e indica um menor crescimento do mundo e, no plano interno, salientou que a economia está convergindo para um crescimento mais compatível com sua capacidade.
Instrumento tradicional
Tombini destacou que a autoridade monetária tem usado o instrumento tradicional da taxa básica de juros (Selic) para combater a alta da inflação e colocá-la na meta. Mas também ressaltou a importância da política fiscal mais apertada e das ações macroprudenciais (que contêm o crédito e o excesso de fluxo de capitais). “Tem sido adotado um conjunto amplo de medidas para moderar a inflação e o crescimento econômico para um nível mais condizente com a capacidade da economia”, afirmou Tombini.
Ele disse ainda que a perspectiva de alcance da meta fiscal para este ano é “muito boa”.