Inflação em alimentos reduziu confiança do consumidor

A inflação dos alimentos fez com que a confiança do consumidor parasse de subir em setembro. A análise é do coordenador de sondagens conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. Segundo ele, o resultado de queda de 0,3% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em setembro ante agosto pode ser considerado como "estabilidade". Entretanto, admitiu que o desempenho da confiança poderia ter sido melhor, não fosse a disparada dos preços dos alimentos no varejo, entre agosto e setembro.

O economista explicou que, com os preços dos alimentos subindo mais, a população de menor poder aquisitivo sentiu, de forma mais intensa, um aumento em sua despesa familiar. Isso porque, em famílias de menor renda, os alimentos têm peso maior no orçamento doméstico. "A queda na confiança aconteceu de forma mais intensa nas classes de renda mais baixas", disse o economista, explicando que isso acabou por influenciar o resultado geral do indicador, que abrange consumidores de quatro faixas de renda diferentes.

O economista informou ainda que, ao analisar a movimentação da taxa do ICC nas quatro faixas de renda pesquisadas pela fundação o indicador registrou queda de 1,6% na faixa de renda de até R$ 2.100, em setembro ante agosto. Em contrapartida, o ICC teve alta de 2,6% nos consumidores inseridos na faixa de renda acima de R$ 9.600. "Os consumidores de maior poder aquisitivo estão com a confiança em alta", disse, acrescentando que perdeu força a influência negativa do cenário de turbulência dos mercados internacionais, que derrubou a confiança dos consumidores mais ricos no mês passado. Esse cenário derrubou a avaliação do consumidor sobre a situação atual – que teve queda de 4,4% e foi o principal fator que levou à taxa negativa do ICC em setembro.

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