Inflação dos alimentos ameaça crescimento, diz OCDE

A alta dos preços dos alimentos e das commodities ameaça o crescimento econômico global, alertou hoje o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría. Ele elogiou ideias como a do governo francês, que durante o período de presidência do Grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20) deve priorizar a regulação da volatilidade dos preços nos mercados de matérias-primas.

Ele avalia que a imposição de medidas disciplinares por meio de restrições no comércio, buscando garantir os mercados internacionais, podem amortecer a demanda e os choques de oferta em alguns países individualmente. “Os mercados agrícolas sempre foram voláteis, mas, se os governos atuarem juntos, oscilações extremas de preço podem ser mitigadas e os consumidores e produtores vulneráveis serão mais bem protegidos”, comentou em comunicado.

Gurría também avisou sobre a necessidade de melhorar os sistemas de informação pública com dados de produção e dos níveis de estoques. “Os mercados de commodities precisam funcionar melhor e de forma mais transparente”, disse. O secretário-geral também alertou os países a investirem mais em agricultura, de modo que impulsionem a produção de alimentos para atender as necessidades resultantes do crescimento da população.

Preocupações com a importância da segurança alimentar têm ganhado destaque depois que a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) registrou níveis de preço recorde para os alimentos, em dezembro. As cotações estão acima do patamar observado na crise alimentar de 2007/08.

Na semana passada, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou que, “no longo prazo, a pressão de valorização dos alimentos permanecerá, em virtude o crescimento robusto da demanda global”.

A recente alta dos preços de alimentos causou uma onda de protestos em países norte-africanos que dependem muito das importações. Também colocou em alerta as equipes de governo, por causa da pressão inflacionária tanto em países desenvolvidos quanto em emergentes. As informações são da Dow Jones.

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