Inflação deve fechar o ano dentro da meta

Brasília (ABr) – Os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir as expectativas para a inflação deste ano. Levantamento realizado pelo Banco Central na sexta-feira (16) mostra que eles já acreditam em um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2006 de 4,17% e, não mais de 4,22%, como registrado no boletim Focus da semana passada.

O resultado da pesquisa de opinião foi divulgado ontem pelo Banco Central. Índice que baliza as correções oficiais, o IPCA do mês deve baixar da previsão anterior de 0,20% e ficar em torno de 0,15%. Foi reduzida também, de 4,26% para 4,23%, a projeção de inflação para os próximos 12 meses, embora seja de alta a estimativa de inflação para o mês que vem, devendo ficar em torno de 0,35%.

O boletim Focus manteve também a projeção de 4,5% – em linha com a meta oficial de inflação – para o reajuste acumulado dos preços administrados por contrato, ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, água, educação, medicamentos, transporte urbano e outros). E o mesmo índice deve se repetir em 2007.

O Índice de Preços ao Consumidor, medido pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) revela que o comportamento de preços na capital paulista continua em baixa. Por isso, manteve a previsão de 3,04% para a inflação anual.

Ao contrário do varejo, porém, os preços estão em alta no mercado atacadista há duas semanas. O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) aumentou de 3,25% para 3,28%, e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) passou de 3,15% para 3,24% nas previsões dos economistas da iniciativa privada.

Dólar e juros

O Boletim Focus estima, ainda, que a cotação do dólar norte-americano em relação ao real deve encerrar o ano em R$ 2,24 e, não mais a R$ 2,20, como os analistas sustentavam há três meses. De modo geral, na visão deles, os indicadores econômicos estão estáveis, com exceção da redução da estimativa de crescimento da produção industrial para este ano, cuja previsão era de 4,28% e caiu para 4,25%. Mas o boletim Focus manteve a projeção de 3,6% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – soma das riquezas produzidas no país e continua a prever que a dívida líquida do setor público será equivalente a 50,5% do PIB no final do ano.

A pesquisa do Banco Central manteve as projeções de US$ 40 bilhões para o saldo da balança comercial (exportações menos importações) e de US$ 9 bilhões para o saldo de conta corrente, que abrange todas as transações comerciais e financeiras com o exterior. Revela, ainda, que o total de investimentos estrangeiro direto no setor produtivo será mesmo de US$ 15,50 bilhões.

De acordo com cálculos dos analistas de mercado consultados pelo Banco Central, a taxa básica de juros (Selic), atualmente de 15,25% ao ano, deve cair para 14,75% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizará nos dias 18 e 19 do mês que vem. Pouco otimistas quanto à continuidade do processo de flexibilização dos juros, eles mantêm a previsão de que a taxa Selic terminará o ano em 14,5%, devendo cair para 13% em 2007.

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