São Paulo
– O coordenador do IPC da Fipe, Heron do Carmo, avalia que o ano de 2003 deve ter início com um quadro inflacionário menos pressionado do que o verificado atualmente. Para ele, é provável que a taxa de janeiro seja menor do que a inflação de dezembro. Segundo sua previsão, dezembro deve registrar inflação próxima a 1,28%. Ele explicou que, em janeiro, deve ocorrer retração da demanda, com conseqüente aumento da oferta de produtos.O movimento deve-se, em parte, ao fim da influência do 13.º salário, que aquece a demanda em dezembro. Outro fator que deve contribuir para a queda dos preços é o começo do período de safra de alguns alimentos. O economista comentou que, no que se refere à inflação, “não há comportamento persistente”.
– Tivemos um mês de novembro completamente fora do padrão – expressou o coordenador do IPC.
Em novembro, o indicador avançou 2,65%. Quanto aos preços dos alimentos, Heron acredita que eles podem apresentar deflação por volta do mês de maio do próximo ano. Ele justifica que, hoje, o grupo alimentação subiu uma “enormidade”. Só em novembro, o avanço foi de 6,27%. No acumulado do ano, os alimentos acumulam inflação de 14,60%. Para a previsão, o economista ainda considera o então período de safra e a possível retração da demanda que deve aliviar os preços.
Além disso, Heron citou a variável câmbio. Se o câmbio cair, segundo o economista, a pressão inflacionária também seria amenizada. Quanto às tarifas públicas, o cenário do próximo ano não será pior do que o deste ano. O economista explicou ainda que os últimos meses foram marcados por uma passagem mais rápida do que o normal da alta do dólar para os preços.
