Depois de registrar a maior inflação do País em abril (1,00%), a Região Metropolitana de Curitiba apresentou a maior deflação em maio, com variação negativa de 0,29% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem pelo IBGE. A queda dos preços na capital paranaense foi influenciada basicamente pelas quedas do gás de cozinha (-10,44%) e da gasolina (-3,65%).
O índice nacional de maio para as famílias com renda mensal entre um e quarenta salários mínimos fechou em 0,21%. É a menor taxa de inflação do País desde outubro de 2000, quando o IPCA foi de 0,14%.
O IPCA de maio ficou 0,59 ponto percentual abaixo da taxa de abril (0,80%). Essa redução, segundo o IBGE, foi motivada principalmente pela desaceleração do aumento dos preços da gasolina, cuja alta passou de 8,70% em abril para 0,50%. Contribuiu também a deflação de 3,67% do gás de cozinha, que tinha subido 8,74% no mês anterior. Além disso, o período de safra manteve a queda nos alimentos (-0,59% sobre -0,32% de abril), com destaque para feijão preto (-4,87%), frango (-3,55%) e ovos (-2,78%).
Das onze áreas pesquisadas pelo IBGE, apenas três tiveram recuo no indicador de maio: além de Curitiba, Belém (-0,07%) e Recife (-0,03%). Cinco regiões apresentaram variações superiores à média: Porto Alegre (0,50%), Goiânia (0,46%), Brasília (0,44%), São Paulo (0,34%) e Belo Horizonte (0,30%). Os outros índices foram: Salvador (0,14%), Fortaleza (0,06%) e Rio de Janeiro (0,01%).
Em Porto Alegre (0,50%), alguns itens tiveram aumentos acima da média nacional, com destaque para energia elétrica (5,32%), vestuário (2,27%) e automóveis usados (3,63%).
Acumulado
Com o resultado de maio, o IPCA acumula alta de 2,51% no ano. Esse percentual é superior ao desempenho do mesmo período do ano passado (2,42%). Porém nos últimos doze meses, o índice acumula 7,77%, enquanto o resultado dos doze meses imediatamente anteriores é de 7,98%. Em maio de 2001, a taxa mensal foi de 0,41%.
Porto Alegre lidera também o ranking de inflação acumulada em 2002, com aumento de 3,52%. Em Curitiba, o indicador acumulado é semelhante à média nacional (2,51%), sendo a quarta menor variação.
O IPCA é adotado pelo Banco Central como referência para a meta inflacionária do Brasil, que neste ano é 3,5%, com tolerância de 2 pontos percentuais para cima e para baixo. A aceleração da inflação nos últimos meses levou o Banco Central a manter os juros estáveis em 18,5% por dois meses consecutivos.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio teve elevação de 0,09%, bem abaixo dos 0,68% de abril. No ano, o INPC – referente ao custo de vida das famílias com rendimento mensal entre um e oito salários mínimos, sendo o chefe assalariado – acumulado é de 2,80%. Este resultado é menor que o do mesmo período de 2001 (3,19%). Nos últimos doze meses, a taxa aumentou 9,03%, abaixo dos doze meses imediatamente anteriores (9,55%). O INPC de maio de 2001 foi de 0,57%.
No mês passado, Curitiba apresentou também o menor resultado no INPC (-0,37%). O maior foi o de Porto Alegre (0,67%). No acumulado do ano, a capital paranaense tem a quinta menor variação, com incremento de 2,86%. A capital gaúcha novamente lidera (3,96%).