O arrefecimento na inflação dos alimentos ajudou na recuperação das vendas dos supermercados em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta sexta-feira a Pesquisa Mensal de Comércio.

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A expansão de 11,8% no volume vendido pela atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi responsável por mais da metade da expansão de 9,6% nas vendas do varejo restrito em fevereiro, ante o mesmo mês do ano passado. “O peso de supermercados é alto no índice, por isso puxou bem a taxa do varejo. A alta das vendas do varejo de 9,6% foi basicamente puxada por supermercados e por móveis e eletrodomésticos, que também ajudaram”, contou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

As vendas de móveis e eletrodomésticos subiram 13,3% em fevereiro, o que resultou em um impacto de 24,9% da taxa do varejo no mês. “Na comparação com fevereiro de 2011, da alta de 9,6% no varejo restrito, 58% são de supermercados, e outros 25% são de móveis e eletrodomésticos. Então, 83% da taxa estão sendo explicados por essas duas atividades”, calculou Pereira.

No entanto, no varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e veículos, as vendas subiram bem menos em fevereiro, apenas 2,5%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A queda de 10,0% nas vendas de veículos e motos, partes e peças reduziu o efeito da expansão de supermercados e móveis no período.

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“A queda de automóveis ante fevereiro de 2011 foi por causa do aumento da alíquota de importação sobre veículos. As próprias montadoras estavam importando muitos automóveis para vender aqui. Então houve redução nas vendas quando comparado com fevereiro do ano passado”, explicou o gerente do IBGE.

Efeito calendário

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Quatro das dez atividades que compõem o varejo ampliado, que inclui também os setores de material de construção e veículos, registraram recuo nas vendas na passagem de janeiro para fevereiro. Segundo Pereira, parte da explicação tem ligação com um efeito calendário, porque janeiro teve mais dias úteis do que fevereiro, afetado também pelo feriado do carnaval. Mas há influência também de uma base de comparação forte. Em janeiro, as vendas cresceram 3,3% no varejo restrito, e 1,8% no varejo ampliado. Em fevereiro, na comparação com o mês anterior, houve queda de 0,5% no restrito e recuo de 1,1% no ampliado.

“Não há uma razão para puxar a taxa de vendas para baixo. Houve queda em algumas atividades, mas nenhuma puxou a taxa para baixo”, afirmou Pereira. “Algumas vezes, pode ser uma antecipação de compras, como aconteceu na época da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis no ano passado. Quando você compra muito num mês, as vendas no mês seguinte dão uma segurada.”

Em fevereiro, houve recuo no volume de vendas de veículos e motos, partes e peças (-1,0%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%); livros, jornais, revistas e papelaria (-2,7%) e tecidos, vestuário e calçados (-3,6%).

“Supermercado veio muito forte em janeiro (a alta foi de 8,4%), então em fevereiro há uma compensação. A base foi muito alta”, explicou o gerente da pesquisa. “Nos automóveis, que têm peso grande, as concessionárias justificaram que houve redução no número de dias úteis em fevereiro em relação a janeiro, e isso fez com que se vendesse menos carro em fevereiro”.

Por outro lado, em relação a janeiro, houve expansão nas vendas equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,1%); combustíveis e lubrificantes (1,9%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%); e móveis e eletrodomésticos (1,3%). O volume vendido ficou estável em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,0%); e material de construção (0,0%).