Os indicadores industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de maio mostram que, apesar de predominarem os índices positivos, o ritmo de crescimento da atividade industrial começa a perder intensidade. "Os números mostram um arrefecimento do crescimento da indústria. Não chega a ser uma reversão, mas é uma desaceleração após o crescimento forte dos últimos meses", comentou o economista da CNI Renato da Fonseca. Um dos vilões dessa diminuição de ritmo é a inflação, que vem reduzindo o poder de compra de parte da população, alerta o economista.

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Ele destacou que esta quebra do compasso deve ser notada com mais clareza em algumas variáveis ligadas diretamente à produção. Por exemplo o volume de horas trabalhadas está praticamente estável há três meses, nas comparações com meses anteriores. Em maio, houve uma redução, descontados os efeitos sazonais, de 0,1% nas horas trabalhadas em relação a abril, mesmo porcentual de queda verificado em abril em relação a março. Já em março houve aumento de 0,1% sobre fevereiro. Mesmo o dado do faturamento real, que registrou crescimento de 1,1% na comparação dessazonalizada com abril não foi suficiente para recuperar as quedas ocorridas em abril, de 0,1% sobre março, e de março, de 1,4% ante fevereiro. "O faturamento das empresas cresceu em maio mas não foi suficiente para recuperar o pico de fevereiro", disse o economista Paulo Mol, da CNI.

Segundo Mol, o faturamento das empresas exportadoras acaba sendo limitado pela valorização do real. Na opinião dos economistas, um dos causadores desse "ponto de inflexão", como definiu Mol, é a escalada da inflação. Mol lembrou que a alta nos preços dos alimentos, principalmente, afeta com mais intensidade o poder de compra dos consumidores de menor renda, que vinham sendo os grandes impulsionadores da demanda desde o ano passado."Com isso o porcentual de crescimento do faturamento real da indústria no ano deverá ser inferior aos 7,9% que já foram computados no acumulado de janeiro a maio", comentou Mol.

Setores

A indústria de veículos automotores foi a que apresentou o maior crescimento no seu faturamento real (descontada a inflação) nos cinco primeiros meses do ano. Segundo os indicadores da CNI divulgados hoje, as vendas reais das montadoras subiram 23,8%, no período, na comparação com os cinco primeiros meses do ano passado.

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Em segundo lugar aparecem os fabricantes de outros equipamentos de transporte, como motocicletas e barcos. A expansão de janeiro a maio é de 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A pesquisa também mostra que as montadoras foram um setor que registrou maior crescimento no uso da capacidade instalada, de 3 9 pontos porcentuais em maio, em relação ao mesmo mês de 2007.

Ao todo sete setores analisados pela pesquisa tiveram aumento de sua capacidade instalada, contra 10 que registraram queda. A maior redução, de 6,4 pontos porcentuais, foi na indústria de madeiras.

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