A perda de força na aceleração dos custos de construção (o INCC, de 1,79% para 0,09%) foi o principal fator que levou à taxa menor de inflação na primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que subiu 0,15% em julho, ante alta de 0,31% em igual prévia em junho. A avaliação é do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.

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O economista considerou que, embora também tenha ocorrido desaceleração na taxa do Índice de Preços por Atacado (IPA) – de maior peso do que o INCC na formação do total do indicador – na passagem da primeira prévia de junho para igual prévia em julho (de 0,15% para 0,11%), "o impacto do INCC na desaceleração da primeira prévia do IGP-M foi quase seis vezes maior do que a influência do IPA", afirmou. Isso porque a perda de força na elevação de preços, no âmbito do INCC, foi tão intensa, que acabou por compensar o peso pequeno do indicador de construção civil na formação da primeira prévia do IGP-M.

No setor da construção civil, o economista comentou que houve elevações de preços menos intensas nos dois segmentos componentes do INCC: materiais e segmentos (de 0,68% para 0,08%) e mão-de-obra (de 3,04% para 0,10%). No segmento de materiais, o economista comentou que houve queda expressiva nos preços de aço (de 0,96% para deflação de 0,34%). "O preço do aço, no mercado internacional, permaneceu por uns dois meses em alta, um movimento de recuperação após ficarem parados por um bom tempo; mas agora, está passando por um ajuste", disse, considerando que o preço do produto não poderia continuar em queda para sempre.

Mas o principal fator na desaceleração da taxa do INCC foi o comportamento dos preços de mão-de-obra na construção civil. Quadros considerou que, na primeira prévia do IGP-M de junho, o indicador foi pressionado pelo auge no período de aumentos nos dissídios salariais no setor, que ocorrem nessa época do ano. "Agora o período de reajustes praticamente já passou, com alguns resquícios, apenas.", afirmou, acrescentando que isso puxou para baixo a taxa do INCC, na primeira prévia de julho.

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