Após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2017 ter ficado em 2,95%, abaixo do piso da meta (3,0%) do ano passado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avaliou nesta quinta-feira, 11, que a população ainda não tem a percepção de uma inflação baixa porque os preços estavam aumentando muito até um ano e meio atrás.

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“Inflação baixa não significa que preços estão caindo, mas que estão subindo menos. A população acha que a inflação está alta porque ela de fato estava alta um ano e meio atrás. As pessoas se lembram de um preço de dois anos trás e dizem que o preço subiu muito”, argumentou, em entrevista à Rádio Bandeirantes de São Paulo.

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O ministro explicou que a inflação é calculada a partir de uma média de preços da economia que não considera apenas os itens que subiram muito e que chamam mais atenção – como gasolina e gás – ou os itens que baixaram muito – como alimentos. “Ninguém gasta 100% do orçamento só com gás, ou só com feijão, é preciso medir a média”, completou.

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Meirelles disse ainda que quando os preços não sobem nada, também há um problema econômico que outros países já tiveram que enfrentar. “Preço caindo parece bom, mas leva a problema na economia também, porque os consumidores param de comprar esperando que o preço continue caindo”, citou.

Por isso, disse o ministro, o ideal é que a inflação esteja sempre próxima da meta, que no ano passado era de 4,5%. “Apesar de ter ficado abaixo do piso, o resultado foi bom porque Brasil vinha com inflação alta. Inflação baixa melhora número de empregados e aumenta atividade econômica”, acrescentou.

O ministro repetiu que o governo espera que sejam criados 2 milhões de empregos em 2018, mas admitiu que ainda há muitas pessoas desempregadas. Segundo ele, a economia não reage em saltos, por isso a sensação de bem estar da população deve melhorar gradualmente. “O poder de compra está aumentando com inflação baixa e aumento do emprego”, destacou.