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Inflação baixa está, no geral, bem disseminada entre preços da economia, diz BC

O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, destacou que a inflação baixa no Brasil está disseminada para todas as regiões do país e entre os diversos preços da economia. “O bom comportamento da inflação está bem difundido”, afirmou nesta sexta-feira, 23.

Maciel destacou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um indicador de preços com mais de 300 itens, dos quais 53% subiram em 2017. “Esse nível já foi perto de 70%”, disse ele.

Em apresentação na sede do BC em Belém para apresentar o boletim de atividade regional, o executivo do BC ressaltou que a forte queda dos preços dos alimentos foi fator decisivo para a redução dos índices de preços no Brasil em 2017. A tendência é que estes preços voltem gradualmente para um nível mais próximo da normalidade, segundo ele.

Um dos fatores que deve contribuir para que os preços de alimentos voltem à normalidade é a safra agrícola, que em 2018 deve ser menor que a do ano passado. Mesmo assim, Maciel ressalta que será a segunda maior safra da história. “Tivemos um choque favorável de alimentos e o comportamento dos preços dos alimentos foi significativamente negativo.”

Por região, Maciel destacou que houve desaceleração em todas elas em 2017. A região Norte foi a que teve menor inflação, de 1,14%, ante 6,76% em 2016.

No começo de sua apresentação, Maciel destacou em um gráfico que a inflação alta nunca garantiu maior crescimento econômico do Brasil, como defendem alguns economistas.

“A mensagem que fica é que não há mais crescimento com pouco mais de inflação”, disse ele. No período de 1986 a 1994, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 2,3% em média ao ano, enquanto a inflação foi de 842%, também considerando a média anual. No período de 2005 a 2017, o PIB avançou 2,1% enquanto a inflação média ficou de 5,7%.

Maciel apresentou o desempenho de diversos indicadores de atividade. Ao falar do mercado de trabalho, ele ressaltou que a taxa de desemprego vem caindo, mas ainda está em dois dígitos e longe de mínimas históricas.

No balanço de pagamento, que teve melhora expressiva nos últimos meses, ele ressaltou que a perspectiva é que o déficit aumente este ano, refletindo a retomada da economia.

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