O cenário de inflação comportada e juros nas mínimas históricas, com o alívio nas taxas finalmente chegando ao consumidor final, vai impulsionar o aumento da confiança do consumidor no curto prazo. A avaliação é do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, com base na evolução da Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicador calculado pela entidade.
Mais cedo, a CNC informou que o ICF avançou 2,7% em fevereiro diante de janeiro deste ano, atingindo o maior patamar para fevereiro em quatro anos. Na comparação com fevereiro de 2018, a alta foi de 13,1%.
Segundo Bentes, a trajetória de alta no ICF continua, porque a tendência é o cenário de inflação comportada e juros baixos se manter – a menos que ocorra algo inesperado. Com base nisso, a CNC projeta alta de 5,6% nas vendas do varejo ampliado este ano, ante o avanço de 5,0% de 2018.
Bentes explicou que a inflação baixa favorece o consumo porque mantém o poder de compra dos orçamentos familiares. Já o alívio nos juros vem lentamente chegando ao consumidor final na forma de prestações mais em conta.
Cálculo da CNC aponta que o financiamento de um bem de R$ 1 mil em 50 vezes resulta numa prestação de R$ 40,32 ao mês atualmente. É o menor valor desde os R$ 39,95 de janeiro de 2014 – ante R$ 52,08 mensais em outubro de 2016.
“A inflação baixa e a queda no valor da prestação contaminam o otimismo do consumidor no curto prazo”, disse Bentes.
No longo prazo, altas mais robustas na confiança do consumidor e, consequentemente no consumo, depende de uma melhoria nas condições do mercado de trabalho.