A taxa oficial de inflação do Brasil finalmente desceu a níveis de países desenvolvidos e está rodando próxima dos patamares registrados por Estados Unidos, Espanha e Alemanha, além de já estar abaixo do faixa do Reino Unido, por exemplo. Enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula 2,46% em 12 meses até agosto, o índice de preços ao consumidor do Reino Unido está em 2,9%, na mesma base de comparação.
Ainda que o Brasil tenha suas peculiaridades e seja bastante diferente ao contar, por exemplo, com divida pública elevada e fragilidades institucionais, economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast afirmam que o cenário de inflação baixa pode ser duradouro.
Esse ambiente pode, conforme os analistas, até dar margem para debates sobre redução na meta inflacionária para a faixa de 3% mais à frente. Contudo, essa permanência da inflação em níveis nunca antes visto na história do País está atrelada, entre outros fatores, à condução da agenda de reformas.
Um cenário externo favorável, sem grandes modificações na taxa de câmbio, e a reorientação da política econômica e monetária são alguns dos fatores que estão permitindo o alívio inflacionário no Brasil, conforme a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Além disso, ela acrescenta que a inflação brasileira se aproxima da média mundial pois o ciclo econômico está ficando cada vez mais aderente ao restante do mundo.
O economista Heron do Carmo, professor de Economia da FEA/USP, admite que a crise pronunciada provocou efeito benigno na economia, que é a possibilidade de o impacto na indexação ficar menor no ano que vem. Para o economista, o grande problema do País é o fiscal “É uma questão estrutural que pode complicar. O que falta ser resolvido é o nó fiscal”, afirmou Heron. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.