Os preços ao consumidor subiram em ritmo mais acelerado entre as maiores economias do mundo pelo terceiro mês consecutivo em maio, deixando a Europa isolada na luta contra o problema da inflação baixa, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) médio dos 34 países-membros da OCDE, que tem sede em Paris, subiu 2,1% nos 12 meses até maio, após avançar 2,0% no período de 12 meses encerrado em abril. Considerando-se apenas os países do G-20, a taxa anual de inflação acelerou para 3,0%, de 2,8%, na mesma comparação. O G-20 responde por 90% da atividade econômica global.
O avanço da inflação entre vários países desenvolvidos deve tranquilizar muitos banqueiros centrais, uma vez que estes consideram aumentos anuais de preços de 2% consistentes com um crescimento econômico saudável. A principal exceção diz respeito ao Banco Central Europeu (BCE), que viu a taxa anual de inflação recuar a 0,5% em maio e se manter nesse nível – o menor nível dos últimos quatro anos – em junho.
Quando a inflação está baixa, as empresas, as famílias e até mesmo os governos têm mais dificuldade em reduzir suas dívidas, um problema particularmente preocupante para algumas nações altamente endividadas da zona do euro.
Já quando os preços começam a cair, os consumidores podem adiar as compras em meio à expectativa de que seu dinheiro valerá mais no futuro. Isso, por sua vez, pode enfraquecer a atividade econômica e criar novas pressões deflacionárias. Após as dificuldades enfrentadas pelo Japão para tentar encerrar seu longo período de deflação, os bancos centrais de outros países estão ansiosos para evitar um destino similar.
De acordo com a OCDE, quatro de seus países-membros registraram declínio nos preços nos 12 meses até maio, sendo que todos são da Europa: Grécia, Portugal, Suécia e Hungria.
Fora da OCDE, a taxa anual de inflação também mostrou aceleração no Brasil (de 6,3% em abril para 6,4% em maio), na China (de 1,8% para 2,5%) e na Rússia (de 7,3% para 7,6%). Na Índia, porém, houve desaceleração na taxa, de 7,1% para 7,0%.