A inflação em Curitiba no mês de dezembro foi de 0,79%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Houve um aumento em relação a novembro, quando o índice foi de 0,48%. O acumulado de 2004 fechou em 10,40%, número bem acima da inflação de 6,46% registrada em 2003. O estudo abrange famílias que recebem de um a quarenta salários mínimos.
Transportes e Comunicação foram os produtos e serviços que mais contribuíram para a alta em dezembro. Os preços deste grupo tiveram elevação de 1,41%. Dentro destes segmentos, os automóveis usados se tornaram destaque, com variação de 2,81%. Em seguida vem a gasolina (2,33%), serviços de telefonia residencial (2,45%), álcool combustível (-3,38%), seguro voluntário de veículo (8,62%), passagem de avião (5,57%) e conserto de veículos (1,20%). O grupo de despesas pessoais, que teve aumento de 1,32%, ficou em segundo lugar na contribuição para o índice geral. As excursões turísticas (variação de 22,48%), ingressos para futebol (53,99%) e cabeleireiro (4,04%) foram os produtos que mais influenciaram as famílias.
O grupo alimentos e bebidas foi o único a apresentar queda em seu índice: 0,36%. Os produtos que mais influenciaram foram a batata inglesa (-25,26%), tomate (-0,38%), uva (-36,47%), farinha de trigo (-6,32%) e café em pó (-2,55%). Em alta, almoços e jantares fecharam dezembro com variação de 3,28%.
Acumulado
No acumulado de 2004, o grupo transportes e comunicação (variação de 18,30%) foi o que mais contribuiu na inflação de 10,40%. Foi a maior alta deste segmento desde 1999, ano no qual o Ipardes iniciou a pesquisa. Dentro deste cenário, os automóveis usados foram os verdadeiros vilões, com influência de 1,1137 pontos percentuais e variação de 18,53%.
Os principais produtos com quedas em 2004 foram: arroz, pão francês, videocassete, aparelho de som, tomate, ovo de galinha, laranja pêra, ingresso para teatro, vestido para adulto e farinha de trigo. "O arroz apresentou altas fortes durante o ano, mas seu preço começou a estabilizar no final de 2004. O tomate também alternou altas e baixas dependendo da época. Verificamos a queda no videocassete porque este equipamento está deixando de ser produzido e a procura já não é a mesma. A queda no aparelho de som está ligada com as ofertas", comenta Maria Luiza de Castro Veloso, economista do Ipardes.
Schlesinger destaca que a inflação do biênio 2003/2004 em Curitiba fechou em 17,53%. Ele acredita que este número deverá ficar perto do índice calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mesmo período. "O IBGE ainda não divulgou a inflação do mês de dezembro, mas estimamos que deverá fechar em 17,80%. Curitiba ficaria bem perto disso", afirma.
Janeiro
A inflação do primeiro mês do ano não deverá apresentar uma alta significativa em relação a dezembro, de acordo com o Ipardes. "Janeiro é complicado porque tem reajustes de IPTU e das mensalidades de educação, o que historicamente causa índices bem mais altos do que dezembro. Mas a pressão, principalmente do imposto, não deverá ser muito forte. Em dezembro houve aumento das refeições fora de casa e o preço dos alimentos e bebidas deve se recompor. A partir de fevereiro, a inflação tende a cair", indica Schlesinger.
