Os dados da arrecadação de impostos e contribuições federais de junho vieram bons, mesmo considerando os efeitos da paralisação nas estradas no fim de maio, avalia o economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira. “Se considerarmos o período da coleta, não pode ser visto como um resultado ruim, pois sofreu os impactos da greve dos caminhoneiros”, diz.

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A expectativa de Vieira é que a receita de julho volte a apresentar crescimento, em razão da sazonalidade favorável e da estimativa de devolução das quedas na atividade em decorrência do manifesto dos caminhoneiros. “Já temos visto alguns indicadores de julho com resultados mais favoráveis”, conta.

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Ainda assim, o cumprimento da meta fiscal para o setor público consolidado, de déficit R$ 161,3 bilhões, não será fácil. “Vai cumprir, mas está cada vez mais apertado”, admite, ao esperar, por enquanto, rombo de R$ 159 bilhões em 2018. “Houve piora nas expectativas para a atividade no início do ano para cá, e ainda tiveram os impactos da greve. Se colocarmos tudo isso na conta, fica um cenário mais complicado. Além disso, tem os efeitos da incerteza eleitoral.”

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Diante da sinalização de resultados um pouco menos favoráveis da atividade no sétimo mês deste ano, o economista considera precipitado estimar alta de 1,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) no fim deste ano, como indica a pesquisa Focus do Banco Central (BC). “No início de 2018, havia a possibilidade de alta de 3,0%, mas os dados do primeiro trimestre patinaram. Aí, a projeção caiu para 2,8%. Agora, estamos com 1,9% por ora. Mas alta de apenas 1,5% é um pouco exagero”, afirma. “Da mesma forma, acho estranha a projeção de 4,1% para a inflação. Estamos com 4,4%, perto da meta 4,5%”, afirma.