Só em maio, as exportações de produtos primários atingiram US$ 111 milhões, enquanto as de industrializados somaram US$ 248 milhões. Técnicos do Governo do Estado ponderam que os primeiros meses de 2002 têm sido atípicos porque o produtor rural está retardando a venda de soja em grão. “Mesmo assim, não há dúvidas de que a exportação de industrializados vai superar, no ano, a dos produtos primários”, prevê Júlio Suzuki Júnior, do Núcleo de Estudos Econômicos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Segundo Suzuki, a garantia está na grande representatividade que as exportações de veículos, motores e outros produtos do setor de material de transporte passaram a ter na pauta e comércio exterior do Estado desde 2000. “Hoje, essa participação está em torno de 25%, com os veículos liderando a relação de tudo o que é vendido lá fora”, indica o técnico do Ipardes. “Até pouco mais de dois anos atrás, o complexo soja era o segmento de maior peso nas nossas exportações.”
Benefícios Indicadores da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que de 1995 a 2000, enquanto o Brasil sofria déficits consecutivos na balança comercial, o Paraná contabilizava saldos positivos. Em 2001, o Paraná atingiu um recorde histórico em suas exportações, com US$ 5,3 bilhões em divisas. O resultado rendeu um saldo favorável na balança ao Estado de US$ 390 milhões. “Foi um salto significativo, porque em 1995 as exportações paranaenses haviam somado US$ US$ 3,5 bilhões”, lembra Suzuki.
A mudança no perfil da economia, com o processo de industrialização promovido pelo Governo Jaime Lerner, não só fortaleceu as exportações paranaenses como vem ajudando a melhorar a balança comercial do Estado e está trazendo, ainda, outros benefícios. “O produto industrializado tem mais valor agregado e, por isso mesmo, gera mais renda e emprego para os paranaenses”, enumera Júlio Suzuki Júnior. “Além disso, produtos acabados não sofrem tanto a influência do tempo no resultado da produção.”
Outras duas consequências da industrialização são ressaltadas pelo técnico do Ipardes. Uma delas é que o Paraná se firmou como o quarto maior exportador brasileiro. A outra é que os paranaenses fizeram dos Estados Unidos, um dos mercados consumidores mais exigentes do mundo, o seu maior parceiro comercial.
Essa parceria se tornou possível graças ao pólo automotivo do Estado, o segundo maior do país. Em 1999, a participação do setor automotivo paranaense nas exportações para os EUA era de apenas 0,24%. Em 2000, já representava 46% e em 2001 chegou a 63%.
