As empresas paranaenses estão mais produtivas e competitivas do que há sete anos. Em 1995, 76,5% delas registraram ganhos de produtividade. Em 2001 este percentual subiu para 90,4%. O número de empresas que acreditam estarem mais competitivas aumentou quase dez vezes neste período.

Na metade da década de 90, apenas 5,3% dos empresários admitiam ser competitivos, enquanto 43,8% diziam ter perdido esta condição. Agora, o resultado é o inverso: 49,7% responderam que ganharam competitividade e só 3,7% que perderam. Os dados são da pesquisa Sondagem Industrial, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

A pesquisa da 2001 mostra também que mais de 70% das indústrias paranaenses consideram-se atualizadas tecnologicamente e acreditam terem melhorado sensivelmente a qualidade. Hoje, 45,64% das empresas possuem algum tipo de certificação de qualidade, contra 10,44% em 95.

“O processo de industrialização contribuiu muito para o aumento de ganhos das empresas”, avalia o presidente do Sindicato da Indústria Metalmecânica do Paraná, Roberto Karam. Para ele, a bem sucedida atração de investimentos teve êxito por ter vindo acompanhada de uma política de interiorização industrial, reforço na infra-estrutura e na formação de mão-de-obra.

Karam lembra que estes mesmos itens que ajudaram a atrair indústrias, agora contribuem para a expansão delas. É esta equação, garante, que transformou o Paraná em um dos destaques no cenário nacional, independente da conjuntura econômica atual. “A visibilidade do Estado atraiu novos olhares. Isso permitiu, por exemplo, a viabilização de parcerias com empresas estrangeiras”, diz, referindo-se às diversas joint ventures firmadas por empresas associadas ao Sindimetal nos últimos anos.

Exemplo

A Synteko S/A confirma que foi o avanço industrial do Estado que a trouxe para Araucária. A fabricante de resinas e colas para a indústria madeireira é uma das empresas enquadradas no programa de incentivos do Governo Jaime Lerner, que permite postergar o pagamento do ICMS. Mas seu presidente, Gilberto Armando Costa, garante que não foi isso que fez a empresa optar pelo Estado.

“A Synteko praticamente nem utiliza esses benefícios, já que a maior parte de seus clientes são empresas exportadoras, isentas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços”, comenta. Para Costa, o que pesou na escolha do Paraná foram a expansão industrial e a logística. “O grande número de fornecedores instalados no Estado tem possibilitado maior competitividade à Synteko”, acrescenta.

Indústrias mais produtivas e mais competitivas sentem-se mais dispostas a fazer novos investimentos. A própria Synteko aplicou US$ 28 milhões na sua unidade de Araucária em 2000 e, um ano depois, já destinava novos recursos para ampliação. E não pretende parar por aí. “Estamos programando a construção de uma nova fábrica em 2003, com investimento de cerca de US$ 15 milhões”, adianta Costa.

Várias outras indústrias que se instalaram no Estado atraídas pela política de industrialização também promoveram ampliações. É o caso da Renault que, depois da inauguração da Fábrica Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, que recebeu US$ 1 bilhão, já aplicou mais US$ 500 milhões em outros três projetos: uma fábrica de motores, uma unidade para produzir veículos comerciais leves, em parceria com a Nissan, e uma estamparia.

A Volkswagen/Audi também anunciou que vai ampliar suas atividades no Paraná com a produção de um novo veículo, que começará a ser fabricado no ano que vem. Atualmente, a empresa fabrica na unidade de São José dos Pinhais os automóveis Golf e Audi A3.

Em Piên, a Tafisa Brasil já está no terceiro investimento. O primeiro, de R$ 150 milhões, foi feito em 1996. Dois anos depois a indústria gastou R$ 60 milhões na construção de sua segunda unidade e, em 2000, anunciou mais R$ 160 milhões na produção de painéis de MDF (Medium Density Fibertboard).

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