Industrial do Paraná está mais pessimista

Uma péssima avaliação das condições econômicas atuais levou o Índice de Confiança do Empresário Industrial do Paraná (Icei-PR) do último trimestre de 2008 ao nível mais baixo desde que a pesquisa foi iniciada, em 2004.

O indicador, que é medido em pontos em uma escala de 0 a 100, chegou a 44,9 – 5,5 pontos menor que nos três meses anteriores e 15,9 abaixo do registrado no mesmo período, em 2007. Os números foram divulgados ontem, pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

“A confiança se deteriorou bastante. No início de 2008, estávamos em um ‘berço esplêndido’ e o índice foi de 60,7”, afirma o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt.

Ele informa que, no terceiro trimestre do ano passado, o indicador já dava sinais de queda. Mesmo assim, ele avalia que a diminuição no último índice não indica, necessariamente, que a crise econômica tenha atingido as empresas no período da pesquisa.

De acordo com a Fiep, a confiança é menor entre as médias empresas, nas quais o índice ficou em 35,1 pontos. Nas grandes, a média foi de 47,8 pontos e, nas pequenas, de 51,4 pontos. A Fiep aponta que índices acima de 50 pontos indicam “confiança, melhores condições e expectativas positivas para os negócios”.

Abaixo de 50, como o revelado na última pesquisa, mostram que “o empresariado está pessimista”. O índice nacional, pesquisado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), alcançou 47,4 pontos, também o menor da série histórica pesquisada.

O Icei-PR é composto pelo Índice das Expectativas, que alcançou 48,9 pontos (contra 50,6 no trimestre anterior), e pelo Índice de Condições Atuais, que atingiu 37,1 pontos na última pesquisa (contra 49,9 na sondagem anterior).

No quesito em que os empresários avaliam as condições atuais da economia em geral, a média chegou, no Paraná, a 28,2 pontos. O valor, segundo Schmitt, é inferior até aos 35,3 registrados durante o auge da crise agrícola paranaense, no terceiro trimestre de 2005.

Crise

A Fiep divulgou, também ontem, um levantamento que realizou com a 100 empresários que participaram do Fórum Regional 2009 – Reflexões Sobre a Economia na Vida das Empresas em Ponta Grossa e Londrina, esta semana. A pesquisa mostrou que cerca de 70% das empresas estão sentindo os reflexos da crise sobre seus negócios, indicando perdas de faturamento entre 5% e 40%.

Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, a principal questão a ser resolvida para reverter esse quadro é a do crédito, que ficou “escasso e caro”. Além disso, entre outras medidas, ele cobra uma desoneração dos investimentos e das exportações, ações para estabilizar o câmbio, e agilidade na realização de obras de infraestrutura.

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