Rio e Brasília (ABr) – Cerca de 71% dos empresários brasileiros do setor de bens de capitais, máquinas e equipamentos pretendem cortar os seus investimentos no próximo ano. Os dados fazem parte da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A sondagem é uma pesquisa de opinião feita com os diretores de 1.015 empresas, entre 29 de setembro e 28 de outubro deste ano.

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Em outubro de 2004, 46% dos empresários do setor pretendiam cortar investimentos. O número de empresários de bens de capital disposto a investir também caiu: de 52%, em outubro do ano passado, para 38% na nova pesquisa.

Se considerados todos os setores da indústria, também houve queda: 38% dos industriais pretende aumentar investimentos. Em outubro do ano passado, 52% queriam expandir sua infra-estrutura

Adaptação

A cautela dos empresários em suas previsões de crescimento para 2006 pode ser vista como uma visão mais realista em relação ao nível de crescimento do setor nos últimos meses. A avaliação é do economista Aloísio Campelo, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Na opinião dele, os resultados da pesquisa Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, divulgada ontem, mostram a acomodação das indústrias à atual política econômica. ?Parece que a indústria está aprendendo a conviver em um ambiente de política econômica de metas de inflação com uma situação fiscal controlada?, avaliou. Este é o quarto ano consecutivo em que a FGV faz o levantamento, com o objetivo de conhecer as expectativas das indústrias para o próximo ano.

Ainda segundo a pesquisa, a expectativa é pior nos segmentos exportadores (como o têxtil e de vendas de borracha), nos quais é forte a influência da valorização da moeda. ?A expectativa é de desaceleração na taxa das exportações em função, principalmente, da taxa cambial?, afirmou.

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Para Campelo, a visão moderada dos empresários para o ano que vem pode ser considerada favorável à medida que demonstra que o setor percebe a necessidade de um ajuste fundamental para que o crescimento possa ocorrer nos próximos meses.

?As previsões para 2005 foram feitas em um ambiente em que a economia estava crescendo muito. Este ano, as previsões estão sendo feitas no momento em que a economia está crescendo pouco?, lembrou.