Industriais do Sul querem mais investimentos

Empresários da região Sul querem que o governo federal volte a investir nos portos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Segundo dados levantados pelas federações das indústrias dos três estados, as exportações regionais cresceram de US$ 11,4 bilhões, em 1999, para US$ 26 bilhões, em 2003. No mesmo período, os recursos destinados à modernização dos terminais portuários caíram de 1,2% para 0,4% do PIB brasileiro.

A situação dos portos foi o principal tema da primeira reunião do Fórum Sul de Desenvolvimento, criado por empresários e parlamentares da região para discutir as necessidades de investimentos e elaborar propostas que serão encaminhadas ao governo federal, para serem incluídas no orçamento da União do próximo ano.

O encontro realizado nesta sexta-feira (25), em Florianópolis, reuniu 120 representantes do setor produtivo, dos governos estaduais e parlamentares, além dos presidentes das três federações. A conclusão da reunião é que o governo não está retribuindo com melhorias na infra-estrutura os avanços conquistados pelas empresas, principalmente em relação aos investimentos nos portos.

Segundo José Fernando Faraco, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, as exportações do Sul renderam ao país um superávit de US$ 20 bilhões, entre 1999 e 2002, enquanto o governo federal destinou apenas R$ 1,14 bilhão para melhorar o sistema regional de transportes.

Os empresários cobram da União investimentos urgentes de R$ 6 bilhões para ampliação e melhoria de estradas, ferrovias, aeroportos e portos. Desse total, R$ 2,5 bilhões devem ser aplicados no Paraná. Santa Catarina precisa do mesmo volume de recursos e o Rio Grande necessita de R$ 1 bilhão.

Os números constam de um documento entregue aos parlamentares nesta sexta. O relatório indica a necessidade de R$ 3,8 bilhões para melhoria das estradas, R$ 1,2 bilhão para ampliação do sistema ferroviário, R$ 800 milhões para os portos e R$ 200 milhões para modernizar aeroportos. “Não pode haver crescimento sem logística e infra-estrutura adequada”, ressaltou Arthur Carlos Peralta Neto, presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

Economia

A situação econômica do país também esteve na pauta do Fórum Sul de Desenvolvimento. O empresário Vicente Donini, proprietário da Malharia Marisol, disse que o crescimento do Brasil está atrelado à elevação das exportações, melhoria do mercado interno e redução de juros e tributos. “É preciso mais investimentos em bens de capital, que vêm caindo a cada ano”, disse.

Donini afirmou ainda que é preciso uma urgente reforma do Estado, para a diminuição das despesas de custeio da máquina pública. “É preciso reduzir de 40% para 30% do PIB o volume de recursos destinado a custear o setor público”, afirmou.

Ele cobra ainda a reforma fiscal – com o estabelecimento de um teto de arrecadação e diminuição da informalidade -, a reforma política, para que haja maior fidelidade aos programas partidários, e a reforma trabalhista. “Hoje, para se criar um emprego no setor têxtil é preciso investir R$ 54 mil. Desse total, 34,6% são de impostos”, explicou.

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