O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou, ontem, que o ano de 2007 foi de recuperação para a economia do Paraná, depois de três anos ruins.

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De acordo com levantamento do órgão, o Estado fechou o ano retrasado com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 161,58 bilhões, que representaram um crescimento de 6,7% em relação a 2006.

Com o resultado, o Paraná recuperou parte da participação no PIB nacional, perdida nos anos anteriores, passando a responder por 6,1% do valor final dos bens e serviços produzidos pelo País em 2004, a participação era de 6,4%.

Impulsionado pela indústria e pela agropecuária, o PIB estadual de 2007 cresceu mais que o nacional, que fechou em R$ 2,66 trilhões e avançou 6,1% em relação a 2006. Naquele ano, a participação do PIB paranaense no total nacional tinha sido de 5,8%, menor que em 2005, quando ficou em 5,9%.

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Antes do Paraná, as maiores participações no PIB nacional em 2007 foram de São Paulo (33,9%), Rio de Janeiro (11,15%), Minas Gerais (9,1%) e Rio Grande do Sul (6,6%).

Também na comparação com outros estados, apesar do Paraná ter ficado, em 2007, com o quinto maior PIB, o Estado ficou apenas com o 22.º maior crescimento em volume (19,5%), no período entre 2002 e 2007.

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O Paraná ficou, ainda, com a sétima posição entre os maiores PIBs per capita do País, com R$ 15.711, contra R$ 13.152 em 2006. A média nacional ficou em R$ 14.465.

Em análise dos números do IBGE, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) destacou a expansão da produção industrial como um dos fatores determinantes para a melhor performance do Estado em 2007.

Naquele ano, a indústria de transformação produziu um volume físico 6,7% superior ao de 2006, principalmente devido aos veículos automotores (+30,5%) e as máquinas e equipamentos (+21,4%).

Agropecuária

O coordenador de conjuntura econômica do Ipardes, Julio Suzuki, destacou a agropecuária como fundamental na composição do PIB paranaense. Segundo ele, embora a atividade represente 8,56% do total, possui grande efeito multiplicador. A renda agrícola, avalia, reflete no comércio varejista, na aquisição de máquinas agrícolas e de insumos e fertilizantes, atingindo assim a indústria.

Para o economista Gilmar Mendes Lourenço, coordenador do curso de Economia da FAE, os números que indicam o crescimento do PIB do Paraná em 2007 não surpreendem.

“Eles se devem basicamente à recuperação no agronegócio depois de três anos ruins”, analisa. De 2004 a 2006, lembra o professor, a agropecuária do Estado passou por três estiagens, problemas fitossanitários como a gripe aviária e a febre aftosa, e ainda foi prejudicada por políticas macroeconômicas do governo federal, com valorização do câmbio.

Segundo Lourenço, assim como entre 2004 e 2006 os problemas no campo tiveram efeito negativo sobre a cadeia, em 2007 ocorreu o chamado ciclo virtuoso, que influenciou setores como as indústrias de máquinas e equipamentos, insumos e de processamento de matérias-primas e alimentação.

“Ainda assim, em 2007 foi recuperada apenas uma parcela das perdas”, analisa o economista. “Foi o começo de uma recuperação que se confirmou em 2008, mas já foi interrompida em 2009, devido à crise”, completa.

Assim, Lourenço diz que a tendência não é favorável para o Estado, que vem perdendo dinamismo quando comparado às médias nacionais ele indica que, enquanto o PIB nacional cresceu 4,7% entre 2003 e 2007, o estadual avançou 3,4%.