A indústria do Paraná fechou o mês de março com queda de 3,2% na produção, na comparação com igual mês do ano passado. Foi o pior desempenho entre as 14 áreas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – ao lado do Rio Grande do Sul, que registrou queda de 1% na produção – e o nono resultado negativo consecutivo no Estado. Em nível nacional, a produção avançou 5,2% na comparação com março de 2005 e recuou 0,3% na comparação com fevereiro.
No Paraná, oito das 14 atividades pesquisadas registraram queda na produção, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos (-15,3%), madeira (-19%) e edição e impressão (-14,7%). ?Na atividade máquinas e equipamentos, houve queda principalmente de máquinas ligadas à agroindústria, como tratores e colheitadeiras?, explicou o economista André Macedo, da Coordenação da Indústria do IBGE. No caso da madeira, foram os compensados os que registraram o pior desempenho, devido à situação cambial desfavorável para as exportações.
Em contrapartida, os setores que tiveram os melhores resultados foram celulose e papel (13,0%) e alimentos (4,4%), com destaque para os derivados de soja, especialmente o óleo de soja refinado. Também a atividade de borracha e plástico (crescimento de 21,5%) apresentou resultado positivo, puxada sobretudo pela produção de tubos, canos, mangueiras e sacos plásticos.
Com o resultado de março, a produção industrial paranaense acumula queda de 5,5% no ano e queda de 1,1% nos últimos 12 meses. No primeiro trimestre (janeiro a março), sete dos 14 setores pesquisados tiveram decréscimo, segundo pesquisa do IBGE. Os principais destaques negativos foram veículos automotores (-16,9%), edição e impressão (-23,3%) e máquinas e equipamentos (-17,4%). Por outro lado, os maiores impactos positivos vieram de celulose e papel (10,4%) e de borracha e plástico (21,6%).
País
Em nível nacional, a produção industrial cresceu em 12 das 14 áreas pesquisadas, com as taxas positivas variando de 0,1% (Goiás) a 17,5% (Pará). Nos demais locais, os resultados favoráveis foram registrados no Ceará (12,3%), Amazonas (8,5%), Minas Gerais (7,3%), São Paulo (6,8%), Bahia (5,9%), região Nordeste (4,6%), Pernambuco (3,9%), Espírito Santo (2,0%), Santa Catarina (1,7%) e Rio de Janeiro (1,3%).
A aceleração no ritmo da produção industrial nacional na passagem do quarto trimestre de 2005 (1,3%) para o primeiro de 2006 (4,6%) – em relação ao mesmo período do ano anterior – foi verificada também para 13 das 14 áreas investigadas pelo IBGE. No caso do Paraná, o ritmo de produção continuou praticamente o mesmo: passou de -5,6% no último trimestre de 2005 para -5,5% no primeiro trimestre desse ano.
A forte presença dos segmentos de bens de consumo tanto duráveis como semi e não-duráveis e a sustentação das exportações explicam o bom desempenho dos locais que apresentaram os maiores ganhos entre esses períodos: Pará (12,6%), Amazonas (10,6%) e Ceará (10,3%).