Os sinais de recuperação da economia brasileira ainda não reacenderam a confiança dos investidores para desengavetar projetos. Pelo contrário. Se em janeiro a expectativa de investimento da indústria já havia sido cortada em R$ 20 bilhões, em maio o volume foi reduzido em mais R$ 5 bilhões. Isso representa uma queda de 26% em relação ao valor previsto em dezembro de 2008, de R$ 102,5 bilhões, conforme levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com 1.204 empresas.
Na prática, a decisão vai reduzir o potencial de crescimento da economia, especialmente, no médio prazo. Menos investimentos significam menos empregos futuros, menos renda e menos consumo, explicam economistas. Eles destacam que hoje o País ainda está sendo beneficiado por projetos iniciados no passado, que estão ocupando mão de obra e elevando o Produto Interno Bruto (PIB). Mas a decisão de suspender investimentos agora vai impactar não apenas este ano como os demais, já que se tratam de obras de longa maturação.
Na lista de investidores que resolveram frear os projetos estão grandes companhias, como Usiminas, Gerdau, Suzano, Dow Química e Vale – esta anunciou na quinta-feira redução de US$ 5,2 bilhões em investimentos. O valor, equivalente a R$ 10,54 bilhões, não consta no levantamento da Fiesp.
Além da demanda mais fraca, um dos fatores que pesaram na decisão das empresas de cortar investimentos foi a restrição do crédito. Exemplo disso é que 70% dos investimentos mantidos em 2009 serão feitos com recursos próprios, segundo a Fiesp.