As indústrias de plástico pertencem a um setor sensível às alterações de preço do mercado internacional do petróleo, de onde é extraída a nafta. O produto serve de matéria-prima para a fabricação de resinas termoplásticas pelas centrais petroquímicas, localizadas nos pólos petroquímicos do Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.
São apenas nove empresas que operam essas centrais, abastecem o mercado interno e ainda exportam resinas para vários países, principalmente China, que tem um grande consumo de polímeros plásticos de baixa e alta densidade. A matéria-prima é utilizada na industrialização de embalagens flexíveis – como sacos e sacolas rígidas para a indústria alimentícia em geral – e peças técnicas para uso doméstico, agrícola e industrial, inclusive automobilístico. Entre painel e outras peças, um automóvel contém entre 90 a 100 quilos de plástico na sua construção.
Segundo Dirceu Gal-léas, presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico no Estado do Paraná – Simpep, a produção brasileira de plástico atinge 4 milhões de toneladas por ano, com 7.500 empresas que geram 220 mil empregos diretos. A região Sul participa com 30% desse total, ou seja, 1,16 milhão de toneladas, tendo perto de 60 mil funcionários. Mais de 85% das empresas do setor são pequenas e médias, as quais conseguem unir tecnologia com mão-de-obra intensiva.
Nos últimos anos o setor vem enfrentando altos e baixos no seu desempenho, principalmente devido às flutuações de preço da matéria-prima, que somente neste ano já acumulou aumentos na ordem de 29%. Pressionadas por todos os lados, as empresas lutam com dificuldade para repassar a totalidade dos custos para os produtos que fabricam, uma vez que trabalham com uma ociosidade média de 40% e o mercado continua recessivo e com poucas perspectivas de melhora.
Além do problema preço, outras questões preocupam as indústrias do setor. Em vez de produzir, estudar meios para melhorar a produtividade e promover a inovação em seus parques fabris, os empresários estão envolvidos com um pesado e burocratizado dia-a-dia, às voltas com juros altos, carga tributária elevada, falta de financiamento a longo prazo, defasagem na tecnologia do maquinário e do seu sistema de gestão, fatores que impedem o crescimento.
“Estamos literalmente engessados, sacrificando o nosso futuro como industrial que tem por obrigação crescer e gerar empregos”, analisa o presidente Galleas. “Nesse fórum vamos tratar em profundidade todas essas questões e discutir alternativas que possam promover o desengessamento físico e mental dos nossos colegas, executivos e funcionários, além de sensibilizar as autoridades de que o Brasil precisa reaprender a crescer”, finalizou o empresário.