Empresários pediram ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, medidas para conter o fluxo elevado de dólares para o País, de forma a aumentar a competitividade das exportações brasileiras. Segundo o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, no encontro da manhã desta terça-feira (24) com Mantega os empresários mostraram grande preocupação ao ministro sobre a baixa competitividade das exportações e a dificuldade das empresas brasileiras de manter os preços no mercado internacional.
"O governo tem de ter consciência do que está acontecendo, para nos ajudar a superar esta fase", afirmou Giannetti, que foi escolhido como porta-voz do grupo de empresários. O encontro foi organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo Giannetti, há inúmeras medidas de natureza regulatória e tributária que podem ajudar a melhorar a competitividade brasileira. Ele disse que a avaliação é de que o fluxo externo para o País tem sido anormal e está provocando uma valorização excessiva do câmbio. No encontro, afirmou, foram avaliadas as razões desse fluxo elevado de recursos e o que pode ser feito para contê-lo. Um dos caminhos apresentados, disse ele, foi a necessidade do governo aumentar a demanda por dólares e reduzir a oferta de reais. "Não tenha dúvida de que isso precisa ser feito", afirmou. Ele não especificou as sugestões apresentadas pelos empresários ao ministro.
Os empresários também pediram a revogação da isenção de Imposto de Renda para aplicações de investidores estrangeiros em títulos públicos brasileiros. Giannetti disse que os empresários sempre foram abertamente contra essa medida. Segundo ele, o ministro Mantega vai analisar as propostas.
Questionado sobre a proposta de aumento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a entrada de capital estrangeiro, Giannetti respondeu: "depende do caso, eu não posso dar uma opinião assim específica. O que tem de ser feito é uma medida para aumentar a demanda por dólares e reduzir a oferta de reais", insistiu.