Indústria pede aumento nos preços dos remédios

A alta do dólar e o congelamento dos preços dos remédios levaram a indústria farmacêutica a iniciar junto ao governo campanha por reajuste. Mas o ministro da Saúde, Barjas Negri, avisa que o governo não discutirá aumentos com os laboratórios antes da estabilização do câmbio.

O presidente da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), Ciro Mortella, diz que a defasagem de preço dos remédios chega a 15%. Esse seria o porcentual de aumento de custos até julho comparado ao início do congelamento, pactuado com o governo em janeiro, quando o dólar estava cotado a R$ 2,36.

Nesta semana, o dólar atingiu a cotação de R$ 3,61. Hoje fechou a R$ 3,01.?O momento não é oportuno para discutir reajustes porque a alta foi imprevisível e tudo indica que o dólar cairá?, comentou hoje Negri, confiante na política do Banco Central para controle do dólar.

Em reunião no início da semana, ministro fez o mesmo prognóstico a Mortella, que expôs o drama do setor. ?Com esse dólar é insuportável importar insumos e produtos acabados.? Segundo o empresário, 80% das matérias-primas dos remédios são importadas. Além disso, ressalta, outros componentes necessários para a produção acabam sofrendo influência da variação brusca da moeda, a exemplo do alumínio, do vidro e da tarifa de energia elétrica.

Mortella informou ao ministro que só no mês de junho, no Estado de São Paulo, 165 pessoas foram demitidas. E ontem(01) uma única empresa dispensou 80 empregados. ?É chocante?, desabafou, comentando que o setor não tem muitas vagas porque utiliza alta tecnologia. Mortella observa que quando se tem mercado é possível compensar o aumento de custos com correções nos preços. No caso da indústria farmacêutica essa estratégia é inviável por causa do acordo com o governo que permite novo reajuste apenas no fim do ano. ?A indústria não tem a menor capacidade de reação?, concluiu ao pedir medidas ao ministro.

Negri sensibizou-se com o problema, mas insistiu que, enquanto o dólar estiver sem controle, o governo se limitará a acompanhar a situação do setor.

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