A indústria paulista demitiu 30,5 mil trabalhadores em julho (-1,07% ante junho, com ajuste sazonal) e acumula saldo negativo de 92,5 mil cortes em 2015, informou nesta quinta-feira, 13, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O resultado de julho é o pior para o mês na série histórica, iniciada em 2006. Na comparação com julho de 2014, são 205,5 mil vagas a menos, também o pior desempenho da história. O acumulado nos sete primeiros meses do ano também é o mais negativo desde o começo da pesquisa.

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Dos 22 setores avaliados pela pesquisa, 17 registraram baixa em seu quadro de funcionários, três registraram contratações e dois ficaram estáveis. A indústria de açúcar e álcool foi responsável por 2.718 demissões em julho, enquanto o restante do setor de transformação fechou 27.782 postos de trabalho. A indústria de veículos automotores demitiu 6.661 funcionários, enquanto o setor de produtos de borracha e de material plástico fechou 3.970 vagas. E o segmento de produtos têxteis registrou 2.389 demissões.

O setor que mais contratou no mês passado foi o de produtos diversos, que criou 172 vagas no Estado.

“É trágico. O final do ano talvez nos entregue 200 mil empregos a menos que no ano passado”, estima Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, responsável pelo levantamento. De acordo com o diretor, “se somarmos os empregos perdidos em 2014 e 2015, são 10 estádios da Copa lotados”. Em 2014, a indústria paulista registrou o fechamento de 130 mil postos de trabalho.

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O Depecon sonda o emprego em 36 regiões paulistas. Em julho, 31 anotaram demissões, três contrataram e duas se mantiveram estáveis. A região de São Bernardo foi destaque entre as perdas de emprego, com variação negativa de 3,48%, influenciada por baixas nas indústrias de veículos automotores e autopeças (6,85%) e de borracha e plástico (-3,18%). São Caetano também amargou perdas em julho, de 3,02% em meio a demissões também nos setores de veículos automotores e autopeças (-5,82%) e de borracha e plástico (-1,74%). E São João da Boa Vista registrou queda de 2,63%, pressionada pelos segmentos de produtos alimentícios (-3,50%) e máquinas e equipamentos (-4,83%).

Já entre os ganhos, destaque para a região de Osasco, com alta de 0,19%, influenciada por algumas contratações das indústrias de impressão e reprodução (6,37%) e produtos alimentícios (1,90%). Jacareí também registrou contratações. A região anotou crescimento de 0,17% no mercado de trabalho, motivado pelos setores de produtos de metal (3,36%) e de papel e celulose (1,55%). Matão subiu 0,12% em julho, alta impulsionada pelo segmento de produtos alimentícios (0,99%).

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