Indústria paranaense sentiu o impacto da crise mundial

O mês de dezembro foi atípico para a indústria paranaense. Sob efeito da crise mundial, que se intensificou em setembro, a produção do setor, no Estado, registrou queda de 11,3% comparado ao mês anterior (novembro).

Foi a segunda taxa negativa consecutiva, já que no mês anterior também havia registrado índice negativo, acumulando redução de 14% no período. No acumulado do ano, porém, o percentual é positivo: houve crescimento na produção estadual de 8,6%.

Na média nacional, em dezembro, a produção caiu 12,4% com redução, além do Paraná, em outras 11 das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística (IBGE) divulgada ontem.

Na comparação com dezembro de 2007, o recuo foi de -6,7%, primeira taxa negativa desde setembro de 2006 (-7,9%). Nove das quatorze atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram desempenho negativo, puxados principalmente por veículos automotores com queda de -46,1%, seguido de máquinas e equipamentos (-22,3%) e outros produtos químicos (-34,7%).

Por outro lado, as pressões positivas mais significativas vieram de edição e impressão (84,1%) e minerais não-metálicos (33,1%), decorrentes, sobretudo, dos aumentos de livros, brochuras ou impressos didáticos; e cimento.

No indicador acumulado no ano (8,6%), nove ramos apresentaram taxas positivas. Comprovando-se o impacto da crise mundial a partir do último trimestre, as principais influências de alta vinham de veículos automotores (23,8%), edição e impressão (32,3%) e celulose e papel (16,7%), impulsionados, em grande parte, pela produção de caminhões; livros, brochuras ou impressos didáticos; e cartolina, respectivamente.

Por outro lado, as pressões negativas mais relevantes vieram de outros produtos químicos (-21,8%) e alimentos (-2,8%), com destaque para os decréscimos de adubos ou fertilizantes e açúcar cristal.

No País

Em São Paulo, principal polo econômico do País, a produção caiu 14,9%, resultado pior do que a média nacional, cujo recuo de 12,4% foi o maior desde 1991, quando teve início série histórica da pesquisa do IBGE.

Outra importante região produtora, Minas Gerais, também apresentou forte freio na indústria, registrando o maior recuo do País: 16,4%. Na Bahia, a queda foi de 15,6%.

As únicas áreas que registraram acréscimo na produção entre novembro e dezembro foram Amazonas (0,9%) e Goiás (0,4%). As demais áreas apresentaram queda abaixo da média nacional: Ceará (-4,1%), Pernambuco (-5,7%), Pará (-6,7%), Santa Catarina (-7,5%), Espírito Santo (-7,9%), Rio de janeiro (-8,2%), região Nordeste (-8,9%), Rio Grande do Sul (-10,0%) e Paraná (-11,3%).

Mesmo com a perda de ritmo, nos últimos três meses do ano, todos os locais fecharam o ano de 2008 com crescimento, à exceção de Santa Catarina (-0,7%) que, além dos fatores relacionados à crise, também sofreu os impactos da chuva que atingiu o estado.

Espírito Santo (-29,6%), Minas Gerais (-27,1%), Rio Grande do Sul (-15,5%), São Paulo (-14,5%), Bahia (-13,9%) e Santa Catarina (-10,8%) registraram recuos a dois dígitos. Os demais resultados foram: Ceará (-3,9%), Pernambuco (-6,2%), Paraná (-6,7%), Pará (-6,9%), Amazonas (-9,3%), Rio de janeiro (-9,6%) e região Nordeste (-9,7%). (5,6%).