Pesquisa

Indústria paranaense retomou fôlego

O Paraná foi um dos estados brasileiros com o menor declínio da atividade da indústria, em 2009. É o que concluiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou ontem a pesquisa sobre a produção industrial de dezembro, assim como os dados acumulados do ano passado.

O índice paranaense do ano ficou em -2,1%, na comparação com 2008, e só foi mais baixo que Goiás, que fechou o ano estável. A média nacional ficou em -7,4%.

Em dezembro, a indústria do Estado também se destacou, avançando 5,9% em relação a novembro, e 28,2% na comparação com dezembro de 2008. A marca perante o mês imediatamente anterior foi a maior registrada entre os estados pesquisados pelo IBGE e ficou bem acima da média nacional, que fechou em -0,3%.

Já a taxa obtida ante o mesmo mês do ano anterior só ficou atrás dos Estados do Espírito Santo (37,2%) e Minas Gerais (28,9%), e foi a terceira taxa positiva seguida. A média nacional foi de 18,9%.

Os maiores avanços obtidos em dezembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, foram na produção de veículos automotores (110%), edição, impressão e reprodução de gravações (99,7%) e máquinas e equipamentos (45,3%).

As maiores quedas foram nos setores da madeira (-16,4%, influenciados principalmente por uma redução na produção de paineis), minerais não metálicos (-2,4%) e refino de petróleo e álcool (-1,8%).

O pesquisador Fernando de Lima, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), afirmou à Agência Estadual de Notícias que os dados de dezembro “confirmam a expectativa de recuperação da indústria paranaense, que avançou significativamente no último trimestre do ano.”

De fato, os dados do IBGE mostram evolução, no Paraná, onde a indústria cresceu 9,7% de outubro a dezembro do ano passado, no confronto com o mesmo período de 2008. O avanço também ficou acima da média nacional (5,8%) e só foi menor que no Espírito Santo (18,6%).

Veículos

A queda no indicador acumulado no ano foi resultado de um desempenho negativo em 10 dos 14 setores pesquisados. Mesmo com a melhora em dezembro, a maior pressão negativa no ano veio dos veículos automotores (-27,3%).

O IBGE também destacou as contribuições negativas de máquinas e equipamentos (-11,1%), madeira (-22,7%) e alimentos (-4,5%). Os itens de cada atividade que tiveram as maiores quedas foram os caminhões, máquinas para colheita, painéis de madeira e óleo de soja refinado e em bruto.

Ao analisar os dados do IBGE, o Ipardes destacou que alguns dos setores com as maiores variações negativas foram aqueles que têm mais vínculo com o mercado externo. Para Lima, “à medida que ocorrer a recuperação da demanda externa, espera-se uma normalização das atividades nestes setores exportadores.”

Por outro lado, o resultado do ano sofreu influência positiva principalmente do setor de edição e impressão, que aumentou sua produção em 78,9%, devido sobretudo à fabricação de livros, brochuras ou impressos didáticos e paradidáticos.

As indústrias de outros produtos químicos, que engloba adubos e fertilizantes (20,5%), bebidas (3,4%) e minerais não-metálicos (2,4%) também cresceram em 2009.