Depois de dois meses seguidos de queda, a indústria paranaense voltou a crescer em outubro, conforma a última pesquisa industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem.

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O crescimento de outubro, em relação a setembro, foi de 8,7% – nos dois meses anteriores, a retração acumulada foi de 5,1%. O avanço no Paraná foi o maior entre os locais pesquisados e ficou mais de seis pontos percentuais acima da média nacional (2,2%).

Na comparação com outubro de 2008, o IBGE também registrou expansão, porém mais discreta: 0,6%. A taxa é a primeira positiva, nesse confronto, desde abril. Nas demais comparações, os números continuaram negativos: -5,2% no indicador acumulado entre janeiro e outubro e -4,4% no dos últimos 12 meses. Neste, o resultado ficou bastante próximo ao de setembro, que ficou em -4,2%.

O comparativo com os meses de outubro de 2008 e 2009 teve crescimento na produção em metade dos 14 setores pesquisados. Segundo o IBGE, a maior contribuição veio do segmento de edição e impressão, que produziu 113,7% mais que no mesmo mês do ano passado.

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Os livros, brochuras ou impressos didáticos foram os materiais mais fabricados, de acordo com o órgão. Os setores de bebidas (9,6%), refino de petróleo e álcool (1,3%), produtos químicos (37,7%), material elétrico (4,6%) e mobiliário (4,5%) também foram destaques positivos.

Já as principais pressões negativas na produção, no mesmo comparativo, aconteceram nas indústrias de veículos automotores (-21,6%) e de alimentos (-12%).

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Para o IBGE, as maiores quedas em cada setor vieram, principalmente, por reduções na produção de caminhões e de óleo de soja refinado. Ainda no mesmo comparativo, a maior queda ocorreu na indústria da madeira, com 22,5%.

Na comparação dos acumulados entre janeiro e outubro deste ano e de 2008, as quedas aconteceram em nove das 14 atividades. Os veículos automotores, novamente, exerceram a maior pressão negativa, com uma produção 34,3% menor que no ano passado, também decorrente de queda na fabricação de caminhões.

A segunda maior queda foi nas indústrias madeireira (-25%) e de máquinas e equipamentos (-17,4%). Por outro lado, o IBGE apontou o setor de edição e impressão como a principal influência positiva, no mesmo confronto.

A maior produção de livros, brochuras ou impressos didáticos foi, segundo o órgão, o que mais ajudou na expansão de 78,2% que o segmento passou nos primeiros 10 meses do ano, em comparação com os mesmos meses de 2008. O segmento de “outros produtos químicos”, que engloba a fabricação de itens como fertilizantes e inseticidas, cresceu 18,9%.

De acordo com o pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) Fernando Lima, os melhores resultados em outubro vieram dos setores voltados para o mercado interno.

Ele também percebeu uma normalização das operações da indústria automotiva do Estado, lembrando das greves que afetaram o setor em setembro, prejudicando a produção.