Mesmo apresentando sinais de recuperação no mês de fevereiro, as vendas industriais paranaenses fecharam o primeiro bimestre de 2012 com queda de 4,06% em relação ao mesmo período do ano passado, revela levantamento da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) divulgado nesta segunda-feira (9). Com o resultado, o Departamento Econômico da Fiep mantém a previsão de que neste ano a indústria do Estado deve crescer em patamares menores do que os registrados em 2011, quando o setor alcançou o melhor desempenho de sua história.

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Em fevereiro, as vendas industriais do Paraná cresceram 22,09% em relação a janeiro, mês em que havia sido registrada uma queda de 21,68%. “Todo início de ano caracteriza-se por baixa atividade para a indústria, portanto o desempenho de fevereiro é típico e compensou em parte o forte declínio havido em janeiro”, explica o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt.

O resultado positivo de fevereiro atingiu 11 dos 18 gêneros industriais pesquisados pela Fiep. As maiores altas nas vendas foram dos setores de vestuário (+50,08%), alimentos e bebidas (+41,62%) e veículos automotores (+37,58%), todos em recuperação após fortes reduções nas vendas no início do ano. Já as principais quedas foram em edição e impressão (?20,36%), couros e calçados (-13,44%) e têxteis (-13,23%).

De acordo com Schmitt, o desempenho do primeiro bimestre mostra que a expansão da indústria paranaense em 2012 não deve apresentar o mesmo ritmo do ano passado, quando foi registrado crescimento de 5,8% em relação a 2010. “Para os próximos meses, ainda precisamos verificar a eficácia das medidas que vem sendo anunciadas pelo governo federal com o objetivo de restabelecer o dinamismo da atividade econômica nacional em 2012”, afirma.

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O economista se refere à redução gradativa da taxa de juros observada nos últimos meses, além do pacote de incentivo à indústria anunciado na semana passada pela presidente Dilma Rousseff. Entre as medidas estão a expansão do crédito, corte de tributos para alguns setores, transferência das contribuições sobre folha de salários para o faturamento e restrições a importações.

Além de ainda aguardar os efeitos das medidas governamentais, Schmitt aponta outro fator que pode comprometer o desempenho da indústria paranaense, especialmente nos primeiros seis meses de 2012: a redução da renda interna causada pela previsão do declínio da atividade agrícola. “Essa queda seguramente é impossível de ser compensada pelo aumento de negócios em outros ramos e segmentos econômicos ou pelas medidas anunciadas pelo governo federal”, afirma o economista.

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