As vendas industriais no Paraná registraram uma queda de -8,82% em novembro, em relação a outubro, mas acumulam um desempenho positivo de 1,91% nos primeiros onze meses de 2002 se comparadas a igual período no ano passado. O fato mais expressivo é que a indústria paranaense está operando com um faturamento real de 108,77%% superior à média alcançada em 1992. Os dados da Análise Conjuntural de novembro/2002, divulgados hoje pelo Departamento Econômico do Sistema Fiep, demonstram um declínio nos índices de vendas, como na maioria dos anos que compõem a série histórica dos indicadores conjunturais da indústria, já que até outubro é que se processa a maior parte das vendas de fim-de-ano entre a indústria e o comércio, disse o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, José Carlos Gomes Carvalho.
O ano de 2002 foi marcado por uma reorientação dos destinos das vendas industriais, confirmando o crescimento real acumulado de 11,88% no ano, sendo que as exportações já representam quase um quarto (22,68%) do total das vendas, enquanto 32,61% e 44,71% correspondem, respectivamente, às vendas ?dentro? e ?fora? do Estado.
Carvalho disse que o nível de emprego caiu -1,44% em novembro em relação ao mês anterior, valor insignificante frente ao valor acumulado entre janeiro e novembro desde ano, que foi de +8,36% contra igual período em 2001.
Com o volume de investimentos via BNDES que fluem para o Paraná (cerca de R$1,4 bilhão no período janeiro-outubro/2002), e a maturação dos empreendimentos recém expandidos ou instalados, desenha-se para o balanço de 2003 uma meta de vendas 100% maiores do que as registradas há dez anos. Segundo Carvalho, é promissor trabalhar com esta perspectiva, especialmente tendo em consideração a mudança do perfil produtivo paranaense, erigido com talento e perspicácia para tornar o Estado imune às sangrias de renda registradas ao longo da sua história econômica.
Entre os gêneros que mais tiveram aumento de vendas no período janeiro/novembro de 2002, em relação ao mesmo período em 2001, estão os Produtos Farmacêuticos, 39,61% (deve-se aos maiores cuidados tomados pelos exportadores de carne quanto à adequação de seus produtos aos padrões sanitários internacionais e também ao uso mais intensivo de suplementos minerais na alimentação animal) e Madeira, 26,01% (o incremento se deve, especialmente, às vendas de painéis de madeira MDF para o mercado interno e externo). O gênero Papel e Papelão vendeu 24, 56%; Mobiliário, 23,44%; Couros, Peles e Produtos Similares, 18,16%; Mecânica, 16,27%; Minerais não Metálicos, 16,27%; Produtos Alimentares, 10,87%; Editorial e Gráfica, 6,34%.