A queda de 1,8% registrada pela indústria em setembro ante agosto aumentou a distância entre o patamar de produção atual e o ponto mais elevado já registrado na série histórica da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Em setembro, o patamar de produção ficou 16,4% menor que o auge alcançado em maio de 2011, em nível semelhante ao de março de 2009.

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“Fica mais distante do maior patamar de produção. Em abril, essa distância (para o ápice da produção) era de 14,4%”, disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

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A fabricação de bens de capital estava 32,5% abaixo do pico de produção registrado em setembro de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operavam 28,5% aquém do ápice de produção visto em junho de 2013.

Ramos

A indústria registrou redução na produção em 16 das 26 atividades pesquisadas na passagem de agosto para setembro, segundo o IBGE.

“Esse mês tem evidentemente um perfil disseminado de queda na produção”, ressaltou Macedo.

As influências negativas mais relevantes para a queda de 1,8% na média global foram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-5,1%), máquinas e equipamentos (-10,3%) e bebidas (-9,6%).

“A redução na produção de automóveis foi marcada por uma redução na jornada de trabalho, férias coletivas, aumento no nível de estoques e redução de exportações, especialmente para a Argentina”, justificou Macedo.

Outras perdas importantes ocorreram em produtos alimentícios (-1,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,7%), outros produtos químicos (-1,6%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,4%).

Na direção oposta, nove ramos ampliaram a produção, sendo o destaque positivo a metalurgia, que avançou 5,4%.

Trimestre

A produção industrial cresceu 2,7% no terceiro trimestre ante segundo trimestre deste ano, segundo o IBGE.

O resultado veio dentro das expectativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma expansão entre 1,80% e 3,90%, mas abaixo da mediana, positiva de 3,40%.

No segundo trimestre ante o primeiro trimestre de 2018, a indústria tinha recuado 2,7%.

“O efeito estatístico garante esse crescimento no terceiro trimestre, apesar das quedas mês a mês”, explicou Macedo.

Na série em comparação ao mês anterior, com ajuste sazonal, a indústria recuou nos últimos três meses: -1,8% em setembro; -0,7% em agosto; -0,2% em julho. No entanto, o trimestre anterior tinha encerrado com um avanço substancial, de 12,6% registrado em junho ante maio, lembrou Macedo.

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a indústria cresceu 1,2% no terceiro trimestre de 2018. Para esse tipo de comparação, as previsões iam de alta de 1,30% a 3,50%, com mediana positiva de 1,90%.